Errei muito na minha vida. Nem sempre soube escolher as
pessoas que queria por perto. Era ingénua, infantil e tinha muito por aprender.
Permiti que abusassem, gozassem, chegassem com interesses e se fossem embora com benesses.
Impulsiva, teimosa e obstinada, tempestiva, corajosa e
persistente.
Quebrei promessas, rompi metas. Escondi sentimentos,
camuflei-os para me proteger. Fiz-me de forte mesmo quando fui fraca. Não
aceitava as vulnerabilidades e o estigma era bastante.
Nunca tive uma vida morna. Separei-me de pessoas em
momentos altos da minha vida. Enquanto lançava um livro, mal eu sabia que era a
ultima vez que os iria ver.
Aos 17 quando a minha vida mudou, houve essas pessoas que
mudaram também.
Não é fácil apoiar incansavelmente em momentos de doença,
não é fácil ter cuidado quando há limitações, não é fácil inserir quando se
vive num mundo de exclusões, nem é fácil estar ao lado depois de quem deu a
volta e à minha maneira coleciono sucessos.
Mas depois, acertei em cheio... ou fui acertando. Hoje olho em volta e digo para mim mesma: ESTES SÃO OS MEUS. A vida sabe o que faz.
A minha força tem vários rostos. A minha coragem várias
vozes. As minhas vitórias várias taças. Os meus voos várias asas. O romper da
minha zona de conforto vários impulsionadores.
Os meus sonhos têm quem os cante, quem os leve, quem os
divulgue. Têm frustrações de quem as aguenta. Têm altos e baixos, têm duvidas e
medos, têm certezas e segredos.
A minha felicidade tem um conjunto restrito de nomes, que
sem essas identidades eu hoje não me veria a sentir-me tão plena e realizada.
Os meus receios, têm alguém que os manda passear e chamam
a coragem para ocupar lugar. Têm quem me diga “tu consegues”, mesmo quando eu
duvido. Têm que guarde as dores no bolso para segurar as minhas.
As minhas palavras têm quem as inspire e nelas acredite,
os meus textos têm quem os leia e incentive.
Os meus aniversários têm abraços, têm alegrias, têm
festejos e magias.
A minha vida feliz tem um segredo: AS MINHAS PESSOAS. As
pessoas que permanecem ao meu lado. Que aguentam a intensidade, que embarcam
com velocidade, que toleram o mau feitio, que me deixam dar, fazer, amar,
surpreender e celebrar.
A minha vida tem quem aguente as minhas loucuras, tem um porto de abrigo, tem quem me abrace para curar qualquer ferida, tem quem me abolache o rosto, tem um ombro amigo e um
irmão (do coração) mais velho.
Ele é o rosto de tudo o que em cima disse.
Ele é
o João Feist.
E ele sabe que eu nunca seria esta pessoa destemidamente feliz se
ele não existisse.
Um hino à tua vida, uma vénia ao teu coração e uma eterna
gratidão ao que és.
Love you,
A tua mana feliz
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