quarta-feira, 30 de março de 2016

Amar não é jogar

Quando alguém entra na tua vida e depois vai embora por opção, é tudo menos amor.


Essa conversa cíclica de que se precisa de tempo para pensar no amor, quando o amor apenas se sente, é conversa da treta.

Essa resposta “talvez” é a pior das prisões. Nem te larga, nem te agarra. Nem te ama, nem te deixa amar.

Ficas presa em ilusões e expectativas como se pudesses colocar a vida em stand by e o tempo numa cápsula.

Quem inventa desculpas para o amor, está não só a reduzi-lo como que a atraiçoar o coração. Ama-se e pronto. Ama-se com defeitos e com qualidades, com dias maravilhosos e dias menos encantadores.

Nem sempre resulta é verdade, nem sempre se sente igual, nem sempre se consegue perdoar. Agora o “talvez” o “dar um tempo” são desculpas. E o que se faz com as desculpas? O que é suposto fazer com as desculpas? Quando elas são umas atrás das outras? O que é suposto fazer com as pessoas que dizem amar, mas que todos os dias mostram o contrário e dão desculpas nesse sentido?

Ficamos ali a acumular desculpas e a esvaziar amor? A perdoar e a sentir dor?

Se ficamos não devemos. Há pessoas que adoram possuir o nosso amor e fazer dele o que bem lhes apetecer. É um take away. Vai-se buscar quando se precisa e segue-se a sua vida, depois quando sente falta vai novamente buscar.

Isto é jogo, não é amor.

Que maneira terrível de nos relacionarmos. “Hoje gosto, amanhã não gosto, depois não sei, depois logo se vê. Daqui a um mês volto, e volto a pedir desculpa e volto a conseguir o que quero. Ah porque ela espera, ah porque ela está lá. “

Ah, está? A ver vamos até quando!

Nita

 

terça-feira, 29 de março de 2016

A vida que só tem ida


“-Sabes, o mundo anda caótico!”

Sussurrei-te isso ao teu ouvido enquanto pensava que também era do caos que nasciam as estrelas. Tiraste os óculos e picaste os olhos. Deste-me a mão e não disseste mais nada. 

Fez-se silêncio.

Sentia a tua respiração, o teu medo nos lábios contraídos, o teu cansaço no teu rosto, o teu receio nos teus olhos brilhantes.

Fiquei ali, a olhar para ti e a imaginar o que sentias com a minha afirmação, tu sabes bem que sou ligada a psicologia, a poesia, a alegria, a ler olhos e almas, a sentir tudo com muita intensidade e a querer carregar o peso do mundo e da mudança do mesmo nas minhas costas. Dizes que sou tão ingénua e eu cada dia acredito mais nisso. 

Ultimamente, todos os dias acontece algo que não esperava, alguma revelação que nem sonhava e olha eu, aquele menina-mulher, que se achava capaz de ler olhos e almas, falhou. Se conseguir ler-me a mim já é uma sorte. 

Afinal o mundo consegue sempre surpreender-me e ultimamente não tem sido pelos melhores motivos. Mas são revelações, são pontas de fios cheios de nós, cheios de este espirito caótico que parece atravessar o mundo e baralhar-nos a todos, tal como um novelo de lã. 

Nunca precisamos tanto, de tanta coragem para ser feliz e ao mesmo tempo, nunca nos foi tão fácil perceber que coragem e felicidade andam de mãos juntas e juntam-se a nós quando esticamos as mãos. E tenho mesmo esticado e sabes por onde começo? Pelo perdão, pela gratidão e pelos detalhes. 

Nunca os detalhes foram tão importantes, nunca vi tanta felicidade na simplicidade, e nunca vi também tanto perigo em pontas soltas, casos mal resolvidos, coisas não faladas e palavras entaladas. 

Juro-te, nunca vi, nem nunca senti o que isso pode ser destruidor. Que temos que saber ler olhos e corações - eu sei que é importante - mas não conseguimos na frivolidade da vida, andar a brincar ao adivinha numa de bruxos emocionais a tentar esfumar e encontrar o que vai dentro das pessoas. Acredita não é algo nada prazeroso. 

E é por isso que sei que somos espelho, que tudo parte do nosso interior e da relação que temos connosco mesmos, o resto será reflexo. E que reflexo contruímos? Projectamos? Acredito na expressão das emoções, nos desabafos, nos stops e no diálogo. Não no ataque, mas sabes também o que tenho aprendido? Atacar é tão fácil, colocar-nos no lugar dos outros é tão difícil.

E é muito por isso que o mundo está caótico, pois nunca tivemos tantos meios para nos ligarmos, e tão poucas as vezes o conseguimos fazer realmente nos últimos tempos.

Mas estamos sempre a tempo, 

estamos sempre aptos para recomeçar, 

basta querer, agir e fazer, 

basta levantar, seguir e encorajar,

sabes? A vida passa demasiado a voar.

E é por isso que coisas mal resolvidas são pedras no sapato, são dias perdidos em volta disso, são portas e janelas trancadas sem vislumbres da luz do sol. Da luz da vida. 

A vida. A vida que só tem ida.

Nita

sábado, 26 de março de 2016

Para ser feliz

Para ser feliz tens de um dia parar,

Sim, parar. Renascer.
Tens de parar de lamentar.
Tens de descansar,
A mente equilibrar e em nada pensar.

Tens de recomeçar,
Não importa onde falhaste, mas sim o que aprendeste,
Não importa quem falhou, mas sim o que te ensinou.
Não importa quem te deixou, mas sim quem quis ficar.

Para seres feliz,
Tens de abraçar,
com os braços, com a alma,
Com força e com calma,
Tens de te levantar e lutar,
Por aquilo que queres fazer da tua vida,
Por aquilo que precisas de mudar,
Para o teu eu energizar,
Evoluir, acrescentar e melhorar.

Para ser feliz tens de ignorar certos comentários,
Tens de parar com as comparações que muitas vezes são calvários,

Para ser feliz
Tens de amar as tuas pessoas,
Tens de amar cada dia da tua vida
Mesmo que ele não corra muito bem,
Mesmo que ele te tenha trazido sofrimento,
Mesmo que estejas a passar um mau momento,
Tens de amar qualquer coisa, tens de elevar esse amor,
Essencialmente por ti para fazeres frente à dor.
Tens de te renovar nos sonhos e nas esperanças,
Com confetis de cor e sem cobranças

Para ser feliz as pequenas coisas farão diferença,
Não subestimes o valor da tua presença,
Não menosprezes essa sentença,

Para ser feliz convém viveres um dia de cada vez,
Com compromisso e honradez.
Quebrares vazios e rotinas,
Sentires mais e melhor,
Abasteceres-te do tal amor.

Para ser feliz tens de optar por isso,
Tens de escolher o modo como vives,
O modo como ages, o modo como pensas.
Não podes, nem deves desistir.
A felicidade é proporcional à tua dedicação,
ao tentar sorrir de alma e de coração,

Respira fundo, resfolga, reprincipia e recomeça…
Renasce, ressurge, refaz-te,
que no fim é isso que interessa.

Coragem,
Nita

Pessoas com mau feitio são mais verdadeiras?


Desconfio das pessoas que concordam com tudo, que tanto lhes dá como se lhes deu. Que respondem: “pois”, “talvez”, “logo se vê”. Pessoas que nem sofrem muito, nem arriscam muito nem erguem o que acreditam.

Pessoas que nunca discutiram uma ideia, que não se chateiam por vezes, que não dizem desculpa, nem algo menos correcto.

Além de desconfiança tenho um certo receio. Prefiro sempre aqueles que mesmo carregados de defeitos se mostram como são.

Tenho cá para mim que as pessoas com mau feitio são mais verdadeiras. Aquelas que mesmo discordando não têm medo de dizerem o que pensam, o que querem, o que admitem e o que não admitem, ainda que isso cause pequenas guerras.

Pessoas que não guardam as coisas atravessadas e do nada mudam sem ninguém perceber o que se passa, pensando que todos em redor têm de adivinhar o que se passa.

Pessoas com mau feitio não são fáceis, mas não entram em mentirinhas, em jogos nem são insonsas perante assuntos sérios ou menos sérios.

Não são fáceis de lidar, por vezes disparam com alguma arrogância quando estão magoadas, mas aqueles que as conseguem aguentar terão direito a um bónus extra de amor e de confiança.

Têm o seu estilo, a sua própria identidade e não são “marias vai com as outras”.

Elas não estão aqui para agradar, estão aqui para viver!

Nita

quinta-feira, 24 de março de 2016

Como?

Como se esclarecem discussões caladas, meu amor? 
Como se avança com correntes atadas? 
Como se anda se permaneces sentado à espera de não sei quê? 
Como se resolvem as coisas se fugirmos delas? 
Como se está em paz se não sabemos perdoar a nós mesmos? 
Como se apaga fogos incendiando mais terrenos?
Como se arranja soluções se só olhamos para o problema? 
Como nos tornamos heróis das próprias vidas se nos contentamos com o papel de vítimas? 
Como a dor pode amenizar se todos os dias lhe dermos de beber? 
Como podemos andar para a frente se tivermos sempre a lamentar o que ficou para trás? 
Como podemos ser felizes se nos recusarmos a agradecer?! 
Como queremos não perder se passamos a vida a desprezar? 
Como queremos viver se nos continuamos a arrastar?

Nita 

quarta-feira, 23 de março de 2016

É urgente

E agora que parece tudo mais calmo, tudo num rescaldo, tudo a pensar... e a pensar na vida.

Na ultima semana o inesperado aconteceu. De um momento para o outro a cultura portuguesa ficou mais pobre, de relance, de súbito, sem ninguém esperar. E ontem foi o que foi. Que murro no estômago, que aperto no coração, que angustia, que aflição…

Eram vidas com tanto por viver, eram pessoas sem culpa, foram vidas ceifadas, famílias destroçadas, o azar de estar no sitio errado a hora errada.

Cresci com exemplos de que a sorte dava muito trabalho, que a sorte se constrói, que a sorte é um prémio do esforço… Cresci com exemplos de que o azar existe para quem não luta, para isto e para aquilo.
UMA MERDA.
Desculpem-me os palavrões. Desculpem-me a linguagem. Mas o azar existe. E a sorte também. Existiu ontem. Já não basta lutar por mil coisas, trabalhar muito, alimentar-nos bem, fazermos exercício, termos boas rotinas, boas relações… É preciso mais, é preciso sorte que não depende de nós.

Somos todos tão insignificantes, viramos pó do nada, viramos recordações. Um dia alguém se lembra de largar uma bomba e pronto acabou a nossa estadia aqui.

Que desespero isto me causa. Que angustia não termos controlo sobre isto.

A verdade, é que nenhum de nós, sabe muito bem lidar com isto, pois as teorias são muito fáceis, mas quando nos toca de perto, na pele ou na família sabemos que não é assim tão linear, tão teórico, tão simples como lamentar, içar uma bandeira ou escrever.

Cada vez mais o inesperado acontece, em todo o lado, em todo o mundo e nós sabemos mas nem pensamos muito nisso. Só quando há alguma calamidade é que nos recordamos: estamos de passagem.

E é por isso que é URGENTE viver no presente e um dia de cada vez, as nossas certezas são poucas e cada vez menos, as nossas vidas mudam a cada instante, o nosso mundo parece correr a um ritmo gritante.

É urgente amarmos mais e melhor os nossos, colocarmo-nos no lugar deles, não ficarmos com nada por dizer nem nada atravessado. Perdoarmos, relativizarmos e sermos mais tolerantes. Mais simples a pensar, mais resistentes a sentir, mais inteligentes a viver.

Se chegarmos cinco minutos mais atrasados, chegamos. Agora não podemos é atrasar isto de viver um bocadinho melhor, ser um bocadinho mais feliz, porque é nesse atraso que a vida pode dar uma machadada e acaba tudo ali.

E depois? E depois não sabemos.

Nita

sexta-feira, 18 de março de 2016

O que um não quer, dois não fazem


(Fotografia retirada da net)


Cheguei a pôr-me em causa. Se estaria louca, alucinada ou simplesmente apaixonada. (Por vezes é tudo a mesma coisa!)

Vivia num mundo diferente do teu, e se ao inicio isso não fazia grande diferença, depois acabou por se revelar num enorme foço que criamos entre nós.

É sem mágoa – ou pelo menos com a mínima mágoa possível – que hoje te escrevo e agradeço.

Errei bastante e tive uma grande quota parte de culpa quando o fim surgiu, mas há uma coisa que não nos podemos esquecer: Eu amei, eu fiz, eu esforcei-me, perdi-me na quantidade de vezes que disseste que ias mudar ou melhor valorizar. Perdi-me.

Mas foi exactamente por me ter perdido a tempo, que agora me encontrei e te agradeço. Fizeste-me resgatar o que acredito, retomar o meu caminho e aprender a ser mais forte diante das minhas convicções.

Antes de chegar até aqui e agora, pensei que pudesse estar a errar, eu esforçava-me para estarmos juntos, esforçava-me para te colocar um sorriso na cara, dediquei-me de corpo e de alma, sai de mim para te salvar a ti. Não foi saudável, mas foi necessário. Pensava eu que era necessário.

Nada que eu fizesse pareceria ser suficiente, nada parecia bastar, nada te parecia bem. Estavas sonâmbulo, constantemente agarrado ao iphone, viciado em scrolls e tudo o que se passava à tua volta parecia ser noutra galáxia.

Vias vídeos e mais vídeos, passavas horas e horas nisso e sem te aperceberes era com isso que perdias a tua pouca paciência para aturar o que fosse que tivesse em teu redor.

Chegamos a estar juntos e eu sentia-me sozinha, nunca vi grande preocupação genuína a partir do momento em que me deste por garantida. Na verdade, nunca te vi muito preocupado em relação a nada.

E isso assustou-me ao ponto de me abrir os olhos que a parva da história era eu e mais ninguém.

Até quando eu ia acabar com o meu amor próprio com alguém que esta nem aí para mim?

A falta de consciência, a falta de reconhecimento, a falta de amor, a falta de motivação para cumprires as tuas promessas e mudanças traulitaram numa mágoa em torno de angustia e injustiça que mais tarde se converteu em certezas que o fim tinha chegado. Chegou.

Já nada vale muito a pena quando se embarca em ciclos viciosos, em contentamentos com restos, em que os dias são agridoces e sedentos de amor.

 Como diz um amigo meu “o que um não quer, dois não fazem”.

 



Nita

quinta-feira, 17 de março de 2016

!


Que não seja preciso a vida te tirar o tapete para perceberes o tanto que tens como suporte.
Que não seja preciso alguém te dizer que “está doente” para valorizares a tua saúde.
Que não seja preciso perderes – nada, nem ninguém - para valorizares o que tens.

Hoje não é mais um dia, hoje é um dia que não volta mais. É o primeiro do resto da tua vida.

Pouco importa olhar para trás, se nada fazes de diferente. A vida não tem comando à distância, é preciso mesmo levantares e agires.
Jamais recuses uma mudança, mesmo que ao inicio custe, mas tu sabes que é o melhor para ti.

A vida vai-te dando cartas de esperança, oportunidades simples, mas que podem fazer a diferença e tu não deves simplesmente ignorar ou menosprezar aquilo que és capaz de fazer e ainda mais, de ser.
Ouve o teu coração, ouve-o com atenção. Tantas as vezes ele dá indicações. Ele é forte o suficiente para bater, para te guiar e levar sempre mais longe, com mais fé, com mais suporte e com mais certeza que vida vale mesmo a pena.

Um beijinho enorme,
Nita

quarta-feira, 16 de março de 2016

A exaustão


Quando me perguntam se tenho medos, além dos normais, eu respondo prontamente que tenho medo da exaustão. É um medo muito pessoal porque é um medo que eu conheço.

Dei por mim a ficar mais de 14 horas no escritório, a trabalhar aos fins-de-semana enquanto os meus amigos esperavam que eu conseguisse lanchar com eles, dei por mim a estar muito e a render pouco. Porque há sempre algo urgente, o outro que precisa, os miúdos que é preciso mandar estudar, as reuniões, os planos e tudo o mais.

A exaustão suga-nos, coloca-nos um véu entorpecido, faz com que sejamos mais dramáticos, sinta-mos mais as coisas e disparemos com mais facilidade.

Quando damos por nós em vez de um problema, temos um rol de problemas.

Andamos por aqui a vaguear, a reclamar, a refilar e nada parece chegar.

Um queixa-se de uma coisa, outro de outra, mais as noticias do mundo que vai de mal a pior e quando damos conta, o dia passa, a semana passa, e a promessa de ser feliz vai ficando suspensa. Ora porque esperamos que algo se resolva, ora porque naquele dia recebemos alguma noticia menos boa, ora porque ocorreu um inesperado que nos levou mais energia e nós nem estávamos para aí virados.

Dei por mim neste estado, juntando dores aqui e ali e hoje a meio da manhã resolvi começar de novo.

Fui tomar um duche novamente, vestir outra roupa, ter outra atitude, arrumar o escritório e começar por uma ponta.

Sabem quando temos tanto para fazer e bloqueamos? E já nem rendemos? E nem sabemos por onde começar? Pois bem, era assim que estava.

Depois então desta minha percepção lá “comecei” de novo. Comecei por dar um miminho a quem trabalha comigo, tomar decisões que adio, escrever mensagens de bom dia a quem e adoro, beber muita água, tomar grandes doses de foco e consciência e o Universo conspirou então a meu favor. Um dia super produtivo, um almoço surpresa que apareceu cá o João, muitos abraços e paciência quando o Diogo chegou e sim, finalmente posso ser eu. Eu, a minha versão que quero e tantas vezes me perco pela exaustão, pelo cansaço e pelo negativismo que nos invade. Ser feliz dá trabalho, mas por favor não abdiquem daquilo que merecem, querem e acreditam.

Boa noite,

Nita

 

segunda-feira, 14 de março de 2016

Viver enquanto podemos


A vida. A marota da vida.

Sem qualquer aviso, sem qualquer sinal tira-nos o tapete.

Quando damos por nós estamos colados a fazer scroll, ao ver o Nico, incrédulos, a beber dos seus ensinamentos e a prestar-lhe homenagens sentidas mesmo que nunca o tenhamos visto.

Vi-o duas vezes. salvo erro. Tanto carisma, simplicidade e humildade. Era gigante por isso. Era uma referência por isso mesmo. Integro como poucos.

Depois pensamos nisto da vida, neste stop que a perda de alguém nos mete no caminho e nos faz questionar muita coisa.

Damos por nós a pensar que esta passagem é breve, que do nada tudo muda, que os afectos são o mais importante e que ninguém se ache melhor que ningém. Acabamos todos da mesma maneira, importa o que fazemos no intervalo.

É isso que nos faz tremer também, a percepção de que andamos aqui a desperdiçar o tempo, a viver sobre fortes pressões e preocupações e do nada… catrapumba.

Que devíamos ligar a quem temos saudades, abraçar quem temos ao lado, que os planos não podem ser mais importantes que o presente, que o perdão dá-se em vida, que o amor vive em vida e para lá dela, e que viver é uma bênção, um milagre, um tesouro e só quando a vida nos faz tremer é que começamos então a perceber...

True story…

Descanse em paz Sr. Contente!

quarta-feira, 9 de março de 2016

Porta da vida

A vida é aquilo que acontece enquanto perdemos tempo a lamentar, enquanto perdemos tempo com coisas sem a mínima importância, enquanto meio mundo ajuda e meio mundo tira o tapete, é o que acontece enquanto uns que não sabem tomar conta da sua vida se metem na vida dos outros.
 
A vida é breve, é bela e é bonita. É um sopro, um enorme ciclo de encontros e reencontros, altos e baixos que nos ajudam a crescer e essencialmente a aprender.
A vida é um dom e aquilo que fazemos com ela é-o também.
As grandes provações são sempre testes certeiros, nas portas da vida, decidimos quem vai e quem fica.
Os anos (e a experiência) ensinam-nos que aqueles que ficam vão sendo menos, mas os mais importantes; que a porta fica mais estreita, nós mais selectivos e sem grandes paciências para paninhos quentes, para filmes ou historias da carocinha.
Começamos a não ter medo de sermos nós, de dizermos o que temos a dizer, de pensar pela nossa cabeça e de agir pelas nossas mãos.
Longe vai o tempo em que queríamos agradar ao mundo e que todos gostassem de nós, hoje sabemos que o que outrora outros apontaram como defeitos, hoje os nossos vêem como qualidades.
São estes que permanecem ao nosso lado: os indispensáveis, o oxigénio da vida. Esses que são poucos, mas que afinal são tanto.
Quanto aos demais, chega a um momento que nos cansamos da importância que eles mesmos parecem ocupar na nossa vida (e nós permitimos), por isso passamos a ignorar, às vezes é complicado, mas tão necessário.
 
Não se aplaca o mal com a maldade, isso é alimentar a chama. Revidar cobardia com mais cobardia não nos fará diferentes a alimentar a “babaquice” com mais falsidade nos fará falsos em dobro.
 
Por isso o melhor é sintonizar no bem, no bem da nossa vida e que o resto nos passe ao lado o mais possível.
 
Nita

sexta-feira, 4 de março de 2016

Uma Nita muito feliz



Saia do Dubai para Londres, de Londres para Lisboa, de Lisboa para Luanda, saltava o mundo todos os meses. Queria viver tudo ao máximo, aproveitar, trabalhar, matar saudades dos amigos, corrijo, dos meus melhores amigos.

Tinha uma agenda cheia e uma responsabilidade maior para não falhar.

Aceitei entrevistas e palestras. Aceitei mais trabalho. Aceitei pedidos de ajuda.

Queria o mundo, vivia com tanta intensidade que não conseguia estar, era sempre tempo de partir e a outro lado chegar.

Fui feliz. Fui tremendamente feliz. Tive grandes picos emocionais, sofri bastante e tive dos melhores momentos de sempre. Aprendizagens também, desilusões e alegrias foram abundantes.

Senti a vida a vibrar, e senti-me viva de passaporte na mão sozinha a viajar para vários locais.

Desafiei-me. Encarei os meus medos.

Mesmo quando me lembravam da “saúde” e que estava a abusar, eu não parava. Efervescia em mim uma enorme vontade de viver. Senti tudo o que vivi, senti-me a fechar um ciclo, a começar outro.

Antes, era eu e o mundo.

Agora mudou como tanta coisa muda naturalmente: sou eu e os meus.

Também devido a várias circunstâncias, das mais variadas áreas já não me interessa tanto descobrir o mundo sem parar um segundo, já não me interessa ter uma agenda carregada e as malas sempre feitas, agora o meu foco tem sido desfrutar. Conseguir estar. Conseguir estar para as pessoas que amo, sem pressas, sem rodopios, sem relógios. Conseguir jantar com elas com tempo, ou almoçar com tempo. TEMPO. Aquilo que de mais precioso tenho.

Conseguir atender às coisas simples, ao facto de me sentir tao feliz simplesmente por estar com quem gosto e sentir-me tão abençoada por terem saúde.

E eis que vejo lá ao longe o equilíbrio, esta minha paz que joga com a motivação a meu favor, em que dou conta de cada segundo que abraço as minhas pessoas, que partilhamos tudo e nada, que brindamos à vida.

Continuo a trabalhar muito, com o máximo de foco para o tempo rentabilizar, já não me interessa o que dizem, o que o outro fez ou não fez, o que falam, o que comentam ou esperam, eu espero muito é de mim mesma.

Tenho reencontrado amigos, tenho bebido da sua boa energia e sem ser os primeiros dias de Janeiro não mais me chateei, aceitei e passei a ser muito mais incondicional no que dou, no que sou e no que amo.

Tem sido tão bom!

É um filtro que o coração nos dá, ficamos cansados de andar sempre no meio de filmes e rodopios, a tentar chegar a tudo sem chegar a nada, a ver a vida a passar tão depressa e nós tão assustados.

A Nita que ama, a Nita que cuida, a Nita que está, a Nita que recebe e abraça, poucos mas sem duvida, os melhores do mundo, é igualmente uma Nita muito feliz!

quinta-feira, 3 de março de 2016

Não dês ninguém como garantido


As pessoas que estão e passaram na tua vida são as certas

Umas passam para te ensinar, outras passam para te amar, umas para te fazer crescer, outras para ajudar a viver e outras para que dês por ti a transformar-te.

Não vais perceber logo isto, vão-te magoar e vais desejar desaparecer do mundo e que a pessoa que te magoou desapareça do teu também.

Vais dar por ti a questionar a tua vida, a tua pessoa, quem eras antes e quem és agora. Vais dar por ti a desejar não teres conhecido certa pessoa e a lamentar a outra que do nada mudou, eclipsou e fingiu que não te conhecia mais.

Vais dar por ti depois mais tarde, a perceber o porquê de isso acontecer, o porquê de certas pessoas se afastarem, para que melhores pudessem entrar e te mostrar que não há nada mais importante que o AMOR. Seja ele de que forma for.

A vida acaba por ser um puzzle onde várias peças não encaixam e outras parecem ser perfeitas, nós é que temos a mania de insistir a abrir portas novamente com chaves erradas.

Por outro lado, tens pessoas que estão sempre ai para ti, podem ser poucas, mas tu sabes quais são, não são perfeitas, mas tu também não és.

É esse núcleo duro, esse porto seguro que não deves menosprezar. Mesmo que o resto do mundo te faça mal, esses não têm culpa e merecem o teu melhor.

Não gastes energia em vão e em lamentações, quando as tuas pessoas merecem mais das tuas atenções, do teu amor, do teu tempo, do teu melhor.

Não dês ninguém como garantido, se não estás disposto a valorizar, a reconhecer e a amar!

Nita

 

 

 

 

terça-feira, 1 de março de 2016

Pessoas fortes também quebram

Por vezes na pressa do dia-a-dia, a tentar chegar a tudo, apagar pequenos fogos daqui e dali seguimos o nosso caminho sem perceber muito bem o dos outros.


E depois de repente chega uma noticia que não esperavas e parece que nesse preciso momento tudo se relativiza e filtra.

Hoje soube que uma amiga minha estava internada com um esgotamento. Agora só dormia. Medicada seguia.

Logo ela, sempre tão forte, com tanta energia para dar e vender. Pois é, deixemo-nos de cenas, os fortes também quebram.

Quebram e bem, estilhaçam-se no chão, partem-se aos poucos, porque se calhar foram fortes tempo demais, porque se calhar salvaram tudo à volta, mas não a eles, porque se calhar esgotaram os recursos e o corpo quebra.

Não é assim tao difícil quebrar, quando as preocupações nos sufocam, quando o amor se esvai, quando a rotina se acomoda, quando o cansaço se faz sentir, quando a pressão se eleva e quando olhamos em volta todos parecem estar tão ocupados a resolver a vida deles, e na verdade estão, que pedir ajuda fica para segunda opção.

A todos os que travam estas e outras lutas, a minha coragem e o meu amor.

Não desistam de vocês.

Nita