quinta-feira, 26 de maio de 2016

Porquê?

Porquê?
Assustei-me. Estavas à porta da minha casa, eu cheguei e vi aquilo que nenhuma amiga gosta de ver, senti o aperto e olhei-te numa mistura de tristeza e de revolta.
Estavas a chorar. A chorar e a engolir o próprio choro. Não querias que ninguém o ouvisse. Não querias que ninguém percebesse e no entanto, os teus olhos marejados de lágrimas falavam por si.
Abracei-te com toda a força que tinha, abracei-te com a alma que trazia e ao mesmo tempo apetecia-me abanar-te, confrontar-te para que acordasses dessa tua ilusão de relação.
BASTA. BASTA. Apetecia-me tanto gritar. Mas eu tinha de me conter, tinha que respirar fundo e te segurar, mas fiquei a ferver. Não era a primeira vez, nem foi a ultima.
Perguntei-te simplesmente porquê?
Porquê?
És linda, superinteligente. Tens saúde, uma família unida e uns amigos que te adoram.  Tinhas acabado o curso de Direito.
Sempre admirei essa capacidade de defender os outros, de não te calares perante injustiças, de teres um poder de argumentação tão poderoso como o de defesa. De seres determinada, focada e cheia de postura.
Sempre admirei essa confiança, esse teu ar leve mas destronável, essa força anímica capaz de qualquer coisa, esses olhos penetrantes que conheciam as verdades mais obscuras.
Tu eras assim Maria, eras assim até ele entrar na tua vida.
Ele virou-te de pernas para o ar. Tu continuas a defender os outros, a seres esta amiga tão presente, essa filha tão consciente, mas perdeste aquilo que de mais preciso temos: a nossa defesa pessoal, a consciência do nosso valor e o nosso próprio amor.
Entraste num ciclo vicioso, numa espiral perigosa e aos poucos foste-te perdendo. Todos percebíamos isso à tua volta, menos tu.
Aguentaste, aguentaste silenciosa o que eu nem quero imaginar. Aguentaste que ele usasse o teu corpo e te roubasse e espezinhasse a alma.
Fizesse malabarismos com inverdades, com desculpas e chantagens.
Aguentaste as mentiras, aguentastes as promessas que nunca se cumpriram, aguentaste as criticas constantes e o ar pesado com que falava como se fosse dono do mundo.
Aguentaste o não amor, o saque à tua vida que ele aos poucos foi fazendo, as bipolaridades que aos poucos foi tendo.
Porquê Maria, porquê?
Sei que foi por amor, sei que foi por hábito à dor, mas por favor Maria? Tu só amas os outros se te amas a ti. Tu dependias dele, e amar não é depender. Procuravas nele o pedaço que te faltava e o que ele fez? Tomou-te por adquirida, apoderou-se dos teus sentimentos, e pior, dos teus valores.
BASTA, Maria. BASTA.
Acorda. Nós estamos aqui para te ajudar, mas não conseguimos caminhar por ti, decidir por ti, pensar por ti, agir por ti.
Porque te contentas com restos, com sabotagens, com egoísmos demonicos? Isso não é amor Maria.
Tu és responsável pelo que permites, és vitima e ladrão. Porque aceitas, porque te contentas, porque metes na responsabilidade dele a tua vida e o poder das tuas escolhas.
Não deixes que essa ilusão te roube o sabor bom do dia-a-dia, não deixes que te queimem mais a alma e nada sobre.
Chega de máscaras, chega de insistir, de ver se ele muda, se ele aceita, se ele quer, se lhe agrada, se se se se… CHEGA Maria, por favor.
Já sabemos mais que bem que ele não muda por ninguém, por isso Maria quem tem de mudar és tu.
Não é fácil, é claro que não é fácil. Qualquer vida que se preze e seja vivida pelo próprio/a exige coragem, exige libertação, exige responsabilidade.
Mas vale a pena Maria, vale a pena porque tens uma vida à tua espera, e mais vale doer tudo de uma vez do que ir doendo a vida toda. Tu mereces mais, Maria. Tu mereces muito mais do que todas as vezes que te vejo estares cada dia mais perdida, mais triste e mais longe de ti.
TU MERECES, MARIA. Diz isto para ti mesma. Mas vais ter de fazer por isso, vais ter de parar de te dar desculpas a ti mesma para não confrontares a dor e a verdade.
Vais ter que largar, vais ter de lutar, mas sabes por quem? Por ti.
E sabes porquê? Ninguém o faz no teu lugar.
Por favor, Maria.
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 24 de maio de 2016

O que é ter uma melhor amiga a sério?


O que é ter uma melhor amiga a sério?
É ter a sorte grande.
É, sem duvida, das melhores coisas da vida.
É quando todos duvidam, ela está.
É quando falta, ela traz.
É quem acredita em nós. 
É quem nos relembra do nosso valor.
É quem toma conta quando já não conseguimos.
Quem nos puxa, quem nos impulsiona, quem pode dizer tudo à frente como o pode fazer por trás de igual modo.
É quem regressa sem ter ido.
Quando todos têm uma desculpa, ela vem.
É alguém que está disposta a fazer tudo para te ver feliz, não importando o resto.
É quando não importa esse como, nem porquê; apanha dois voos vem ao teu a aniversário, faz-te uma enorme surpresa, apanha mais dois voos e regressa à sua casa, sacrificando noites a trabalhar, ginásticas para estar.
É estar, é ficar, é longe e tornar perto. É aturar, é falar até não aguentarmos mais. 
É rir e é chorar. É respeitar e aceitar.
É falares com ela o que não falas com ninguém, é confiares a tua vida.
É preocupação e lealdade; é sem máscaras, é sem rótulos, é sem filmes.
É com muitas maluquices e segredos, é com muitas piadas e alguns medos.
É confidência, é brincadeira, é seriedade, é verdade.
É destaque, é exemplo, é inspiração.
É base mesmo quando te falta o chão, é chegar quando os outros partem.
É somar alegrias, é dividir tristezas,
É lutar contigo,
é vencer inimigos,
é cumprir promessas,
é ser sem pressas.
És tu miúda,
Corajosa, destemida e tão minha amiga,
És tu isto e tudo o mais.
Obrigada meu amor!!!!
 
YOU ROCK!!
LOVE YOU,
A tua amiga mais feliz (porque ter-te na minha vida resulta nisso)

domingo, 22 de maio de 2016

Colocar negrito e itálico ao escrever no whatsapp


Ontem entrei na brincadeira de escrever em Negrito ou Itálico no whatsapp. Logo todos me perguntaram como eu fazia. 
Por isso vou deixar aqui. 
Muito simples.
Negrito, colocar um asterisco antes e depois da frase. Tudo junto.
Exemplo:
*sejam felizes* 
Quando assim digitam e carregam em OK vai ficar em negrito.


Italico:
Em vez de asterisco, colocar underscore.
Exemplo.
_sejam felizes_

Para aparecer com traço. Colocam um ~ (til).
Exemplo:
~sejam felizes~

Experimentem e divirtam-se.

Um beijinho, 
Nita 

sábado, 21 de maio de 2016

A vida muda. As coisas mudam e as pessoas mudam também


A vida muda. As coisas mudam e as pessoas mudam também... actualmente com uma facilidade enorme.

Sou daquelas pessoas que admira a coerência, as relações longas, os sacrifícios que se fazem para construir algo sólido. Não o que abdicam, mas sim o que estão dispostos a ceder em prol do outro.

Admiro essa construção não-egoísta, essa lealdade e essa coragem que diariamente se requer para se manter laços com pessoas na nossa vida.

Mas às vezes as pessoas mudam, mudam sem dar sinal, sem aviso prévio. Mudam porque a vida mudou, mudam porque querem, mudam porque mudaram com elas, mudam porque assim entendem ou mudam nem sabem porquê.

Não é fácil um dia acordar e ver que a pessoa mudou. Que esteve e já não está. Que deixou para lá, que não se importa mais, que escolheu outros caminhos e em vez da doçura o que nos dá é de uma frieza incalculável.

As promessas viram nada, os sonhos desabam, as esperanças caem, as memórias elevam-se.

Não é fácil deixar ir quem um dia fez tanta questão de ficar.

Não é fácil, mas às vezes a vida sabendo o que faz, fecha portas para que possamos abrir outras que nunca teríamos visto antes.

Uma pessoa que foi especial ontem, responsável por nos fazer sentir maravilhadas, por nos ter ensinado mundos e fundos, pode hoje já não ser tão especial.

Temos muita resistência a desapegar, a encarar a verdade que a pessoa mudou mesmo. Que por muito que lhe expliquemos, queiramos ou desejemos as coisas já não são as mesmas. Há-que aceitar isso antes que fiquemos enclausuradas numa dor que não é a nossa, fechados e iludidos num passado que não volta mais nem se transformará em futuro só porque queremos.

Temos dificuldade em aceitar o fim de qualquer coisa, porque parece haver sempre uma esperança, um coração cheio de um passado poderoso e saudoso. Aceitar que ontem é o ontem, que não volta mais, pode-nos livrar de grandes desgostos e de ficarmos a remoer e a reviver e a tentar que exista aquilo que por si só já não existe a não ser na nossa cabeça.

Há sinais que têm de ser decifrados, há fins que têm de ser bem terminados, há coisas que foram boas, mas que dificilmente serão novamente e há um sinal que a vida nos diz para ser feliz:
EM FRENTE E ENFRENTE, lembrando-nos que nada do que é muito forçado traz no bico bom recado.

Nita

 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Um hino à vida


Amanhã

Amanhã faz uma semana que o meu coração se restabeleceu.

Fazer anos para mim, significa muito mais que estar viva, significa muito mais que somar mais um, significa muito mais que celebrar. Significa recomeçar. Significa viver.

Recarrego baterias em cada abraço, em cada sorriso, em cada surpresa (e este ano tive uma enorme), em cada detalhe, em cada mensagem, em cada fotografia.

Recarrego o meu amor, a minha força e a minha coragem.

Este ano foi especial.

Começou logo à meia noite com surpresas.

O meu amado pai veio passar o fim-de-semana comigo.

A minha melhor amiga veio-me fazer uma enorme surpresa e mais uma vez provou que quando queremos mesmo, conseguimos. A Sara trabalhou até à exaustão para no outro dia apanhar dois voos e me abraçar e surpreender e saber que ela estava ali fez deste dia ainda mais especial. Teve cá dois dias e rumou novamente para Tenerife. Nem que fosse vê-la cinco minutos tinha valido a pena e ela sabe perfeitamente disso e também sabe que não sei mais como lhe agradecer a elevação e a pessoa incrível que é.

Tal como habitual também recebi em doses especiais um carinho tremendo e comovente do meu irmão Diogo e do João. Eles sabem que valorizo o meu dia mais que tudo, eles são os primeiros a falarem do meu aniversário meses atrás, passaram comigo a meia noite (e mais umas lindas amigas tão especiais), fizeram de TUDO. Mas quando digo TUDO é mesmo TUDO, para que eu tivesse um dia extremamente feliz, para que eu soubesse que eles estão comigo SEMPRE e para que eu sentisse que aquilo que nos une fica ainda mais forte neste dia.

Além de tudo isto, mas não menos importante foi o jantar com todos os meus queridos amigos, simples mas cheio de significado.

Foi o facto de estar um temporal terrível e quando nós chegamos o sol avista-se e ainda assistimos a um pôr do sol especial. A minha mãe linda disse que foi o presente de anos da Nonô para mim. Tenho a certeza que ela festejou no céu.

Foi o facto das centenas de mensagens que recebi, de textos sublimes e cheios de significado.

Foi um hino à vida. À minha e à dos meus.

Depois as doações, eu pedi em vez de presentes que doassem qualquer coisa para a Associação Princesa Leonor, e quando dei por mim tínhamos um enorme numero de sacos e quatro porta bagagens completamente cheios. E ainda assim os meus bons amigos me encheram de lembranças que meteram o meu coração tão apertado e quentinho.

E como desperdiçar é algo que nada gosto, no fim do jantar ainda pedi as sobras para que nada se estragasse. E não estragou.

No Domingo houve também festa no meu Restaurante preferido "Furnas do Guincho" onde nos juntamos família e amigos e mais uma vez cantámos os parabéns e agradecemos à vida o Dom de estar aqui. 

Como sou cigana ainda continuo a celebrar. Há datas e emoções que descritas nunca conseguem fazer jus à beleza do momento. Esta é uma delas.

Deixo-vos algumas fotografias:

 

Dá para ver o quão abençoada sou? 

Obrigada por todo o carinho e por estarem comigo mais 365 dias,

Vossa,

Nita

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Minha vida


Errei muito na minha vida. Nem sempre soube escolher as pessoas que queria por perto. Era ingénua, infantil e tinha muito por aprender.
Permiti que abusassem, gozassem, chegassem com interesses e se fossem embora com benesses.
 
Deixei coisas por fazer, sentimentos por demonstrar. Nem sempre aceitei o que havia para aceitar. Nem sempre valorizei o que havia para valorizar.

Impulsiva, teimosa e obstinada, tempestiva, corajosa e persistente.

Quebrei promessas, rompi metas. Escondi sentimentos, camuflei-os para me proteger. Fiz-me de forte mesmo quando fui fraca. Não aceitava as vulnerabilidades e o estigma era bastante.

Nunca tive uma vida morna. Separei-me de pessoas em momentos altos da minha vida. Enquanto lançava um livro, mal eu sabia que era a ultima vez que os iria ver.

Aos 17 quando a minha vida mudou, houve essas pessoas que mudaram também.

Não é fácil apoiar incansavelmente em momentos de doença, não é fácil ter cuidado quando há limitações, não é fácil inserir quando se vive num mundo de exclusões, nem é fácil estar ao lado depois de quem deu a volta e à minha maneira coleciono sucessos.
 
Mas depois, acertei em cheio... ou fui acertando. Hoje olho em volta e digo para mim mesma: ESTES SÃO OS MEUS. A vida sabe o que faz.

A minha força tem vários rostos. A minha coragem várias vozes. As minhas vitórias várias taças. Os meus voos várias asas. O romper da minha zona de conforto vários impulsionadores.

Os meus sonhos têm quem os cante, quem os leve, quem os divulgue. Têm frustrações de quem as aguenta. Têm altos e baixos, têm duvidas e medos, têm certezas e segredos.

A minha felicidade tem um conjunto restrito de nomes, que sem essas identidades eu hoje não me veria a sentir-me tão plena e realizada.

Os meus receios, têm alguém que os manda passear e chamam a coragem para ocupar lugar. Têm quem me diga “tu consegues”, mesmo quando eu duvido. Têm que guarde as dores no bolso para segurar as minhas.

As minhas palavras têm quem as inspire e nelas acredite, os meus textos têm quem os leia e incentive.

Os meus aniversários têm abraços, têm alegrias, têm festejos e magias.

A minha vida feliz tem um segredo: AS MINHAS PESSOAS. As pessoas que permanecem ao meu lado. Que aguentam a intensidade, que embarcam com velocidade, que toleram o mau feitio, que me deixam dar, fazer, amar, surpreender e celebrar.

A minha vida tem quem aguente as minhas loucuras, tem um porto de abrigo, tem quem me abrace para curar qualquer ferida, tem quem me abolache o rosto, tem um ombro amigo e um irmão (do coração) mais velho.
Ele é o rosto de tudo o que em cima disse.
Ele é o João Feist.
E ele sabe que eu nunca seria esta pessoa destemidamente feliz se ele não existisse.

Um hino à tua vida, uma vénia ao teu coração e uma eterna gratidão ao que és.

Love you,

A tua mana feliz

 


 

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Amanhã


Amanhã é o primeiro dia do resto da minha vida.

Amanhã é o meu ultimo dia com 25 anos.

Amanhã é o fecho de um ciclo, e é mais um dia que e agradeço estar aqui.

Um quarto de século. 25 anos, o que para mim representa na prática 50 anos. Intensa, teimosa, obstinada.

Como diz um professor meu: um furacão.

Desde cedo que aprendi que a vida pode ser muito curta e que não temos ABSOLUTAMENTE NADA garantido, nem totalmente controlado.

Há uns dias fiz reset das emoções tóxicas e pesadas. Reuni-me com aqueles que tinha alguma mágoa ou algo a dizer e para nos resolvermos. E assim foi. Preciso sempre de leveza emocional. Ainda que dispare facilmente, ainda que seja muito exigente, também dou o braço a torcer, perdoo e faço valer.

Os 25 anos foram até hoje, o melhor ano de sempre. Teve de tudo. Mas tudo mesmo, mas acima de tudo o ano em que eu mais vivi e menos dormi.

Trabalhei ate não aguentar mais, viajei bastante, tivemos encontros intensos e perfeitos, visitas inesperadas e muita, muita aprendizagem.

Chorei de exaustão, tive duas discussões fortes que ainda hoje estão tatuadas na alma como quem aprende a viver com cicatrizes e a fazer delas uma obra de arte.

9 meses a planear a vida ao segundo, agenda cheia até não conseguir mais, e agora estes três últimos meses fisicamente mais estáveis e com mais tempo de SER.

Foi preciso ajustar as velas, deixar de planear a longo prazo, e passar a aceitar o presente, viver um dia de cada vez, baixar as expectativas e assentar. Não foi por isso que fui poupada a quezílias , problemas ou intempéries, mas fui poupada a um desgaste físico que me permitiu respirar. (não foi o caso desta ultima semana)

Amanhã é o primeiro dia do resto da minha vida. A vida que escolhi. Imperfeita, mas bem feita. Tempestiva, cheia de desafios, quedas e vitórias.

Hoje posso dizer que ao longo destes 25 anos saboreei o mel e o veneno da vida. Conheci o melhor e o pior. Realizei a maior parte dos meus sonhos. Amei muito os meus. Amo muito os meus. E eles sabem. Eu quero mesmo que eles saibam.

Quero que saibam que viver é mágico, que ser feliz é uma escolha, que não há problema em ter dias maus, mas sim carimbar com maldade todos os dias.

Quero que saibam que a inveja cansa, que o sucesso dá muito mais trabalho do que se imagina, que o trabalho onde passamos a maior parte do tempo deve ser desafiante e apaixonante para que nos possa instigar a paixão por fazer mais e melhor, evoluir e superarmo-nos.

Quero que saibam que mesmo vivendo numa época tão centrada em nós mesmos, onde a pressão embate com tanta força que nós faz andar aos tropeços e à deriva, por vezes, vale a pena não desistir.

Elevem as vossas vidas, responsabilizem-se por ela com muito amor próprio. Somos a única pessoa que nos acompanha do inicio ao fim, convém mesmo gostarmos de nós e perceber o que andamos aqui a fazer.

Sei que fiz deste ano, um ano do caraças e hoje em retrospectiva posso bater o pé no chão e gritar bem alto: VIVI O MELHOR QUE CONSEGUI.

CHEERS.

E sabem porquê? Porque tenho na minha vida as melhores pessoas que o Universo conheceu: vocês.

Um beijinho e um milhão de obrigadas.

26 podes pôr-te a caminho.

Até sábado,

Nita

domingo, 17 de abril de 2016

não vale a pena preocupares-te com quem nada se preocupa contigo


A verdade é que nunca vais (nem tens) de agradar a todos. A verdade é que nem todo mundo está disposto a caminhar do teu lado e poucos são os que realmente caminham contigo.

A verdade é que um dia te cansas de decifrar os quebra cabeças da vida. Perdes a paciência para jogos de adivinhas e para falsidades mascaradas de sorrisos, aceitas que há puzzles que não tens de montar, que há peças que não tens que encaixar e que há pessoas que tens de deixar ir.

Nem todos são sinceros ao ponto de não invejar algo que tu quiseste muito e conquistaste com esforço e merecimento.

A verdade é que são poucos aqueles que estendem a mão quando a vida te prega aquela rasteira e tu ficas estatelado no chão sem forças.

Nem todos sorriem com os olhos, com as palavras e acções. Há os que chegaram à tua vida para a elevar e os que chegaram para te mostrar como alguns nos conseguem reduzir se não tivermos a coragem suficiente para nos afirmarmos.

A verdade é que raramente as pessoas se concentram no que têm e disputam mais o que querem, concentram-se mais no que devias ter dado, e esquecem aquilo que deste.

Nem todos querem salvar o mundo e podem muito bem com o mal alheio. São indiferentes, egoístas e felizes à maneira deles.

Se tu não consegues ser feliz assim, então tens de ser tu a afastar-te do que despeja o bom da alma e te leva a beleza da vida.

Nem todos os que estão ao pé de ti, querem realmente saber o que se passa, querem realmente ouvir os teus desabafos e apontar caminhos. Muitos estão apenas por curiosidade.

Esquece, as pessoas são o que são. Não é necessário perdermos energia a tentar mudar quem não quer ser mudado, nem a impor a nossa verdade a quem vive bem com a sua.

Por isso esquece essas tentativas logradas, baixa essas expectativas depositadas, pega no que te aconteceu, nos obstáculos que saltaste, nas mãos verdadeiras que entrelaçaste, nas oportunidades que agarraste, nas verdades que encaraste e vai ser feliz.

Pensa positivo, sê positivo e aceita o que não podes mudar, e aceita o que tens de aceitar, e aceita que as pessoas te querem bem, mas nunca melhor que elas e aceita, aceita muito bem que o nosso tempo é pouco, e que por isso não vale a pena preocupares-te com quem nada se preocupa contigo.

Vai ser feliz, deves isso a ti mesmo e aqueles que realmente caminham ao teu lado e querem um sorriso estampado.

Nita

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Confia, por favor


Hoje quando te vi tremi.

Ambas sabemos que não há qualquer tabu entre nós. Afastamo-nos três meses e hoje reencontrei-te.

Não te escondo. Tremi.

Mas tu chegaste, abraçamo-nos como amigas que sempre fomos. Abraçamo-nos muito e eu facilmente te perguntei:

Porque te tentaste matar? Foi mesmo tentativa de suicídio?

Respondeste afirmativamente e clarificaste tudo. Sem pestanejar, com uma força e uma coragem vinda dos Deuses. Com uma firmeza tão tua que era assustadora.

Voltei a tremer. Voltei a abraçar-te. Voltei a dar-te a mão. Voltei a ouvir o teu coração.

Nunca pensamos que isto nos bate à porta. Nunca percebemos bem o que leva isto tipo de loucura mas se pararmos e pensarmos nas vidas insanas que às vezes levamos, chegamos lá.

E tu chegaste à loucura, ao pico do stress e do vazio.

Apetece-me dizer-te que te adoro mais que tudo, que não te julgo, que não te recrimino… Apetece-me dizer-te que és forte. Muito forte. E que por ser tão forte e perfeccionista contigo mesma chegaste à exaustão.

Apetece-me pedir-te muito que não desistas. Que jamais desistas.

E agora? E agora começa um novo caminho. Um caminho onde cada passo é uma conquista, onde a pressa tem de sair e o amor tem de entrar melhor.

Agora tens de pensar mais em ti, tens de redirecionar a tua vida, tens de aceitar ajuda, tens de abraçar muito e tens de saber que estamos aqui para ti, que te amamos sem fim e que tudo vai dar certo.

Não te abandones.

Confia meu amor. Confia por favor.

Nita

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Post it para todos os dias


Post it para todos os dias:

Que eu consiga,

Que eu consiga sempre ter a consciência de que o meu bem mais precioso é o meu tempo e o modo como o emprego.

Que eu consiga dizer que “Não”, sem medos quando realmente eu “Não quero”.,

Que não me demore onde nada me acrescenta e onde só faço sala,

Que eu não permita reduzir o meu valor só porque alguém me magoou e acha que tem razão.

Que eu saiba a diferença entre dar, pedir, abusar e exigir.

Que eu filtre as pessoas que me fazem bem e aquelas que precisam sair da minha vida com liberdade o suficiente e com perdão.

Que eu não me familiarize a carregar pesos que não são meus.

Que eu não me vicie em ciclos destruidores, em pessoas amenas, em “porque sim.”, “pois” ou “talvez”.

Que eu reduza as expectativas e aumente o foco no meu amor próprio e no meu amor à vida e ao que quero fazer com ela.

Que a desilusão vire revelação e esta em ensinamento.

Que eu não queira ser igual, não caia em estereótipos e não aceite que sejam as esperanças dos outros, o “suposto social” aquilo que eu vivo.

Que as pessoas que amo, saibam que as amo muito. Que os abraços não fiquem por dar, que as palavras não fiquem por dizer e que as acções não fiquem por praticar.

Que nunca me falte coragem para realizar os meus sonhos, para dar mais um passo em frente e distanciar-me dos que vivem “porque sim, porque tem de ser.”

Que eu me renove, que eu renasça, que eu recrie mas que não desista de sorrir, não desista de me levantar, não desista de seguir e de mais um passo dar.

Nita

 

 

 

terça-feira, 12 de abril de 2016

Aos meus pais


Aos meus pais

Aos meus pais que me permitem ser o que sou hoje,

Que me geraram, que me educaram e que amaram como melhor eu não conseguiria pedir.

Aos meus pais que lhes devo tudo o que sou,

Que nunca desistiram de mim, que nunca deixaram de lutar,

Que diante das dificuldades batalham ainda mais e não se dão por vencidos.

Aos meus pais que sempre estiveram e estão lá quando preciso, que me aconselham, que me esclarecem, que me ensinam e aceitam como sou.

Isso. Aceitar como sou.

Nunca lhes conseguirei agradecer o suficiente, o suficiente desejado, o suficiente esperado.

Mas vou tentando, agradeço-lhes sendo feliz, sendo muito feliz.

Agradeço-lhes todos os dias que me supero, que não desisto de combater contra monstros e medos, se o que estiver para lá de tudo isso for o que eu desejo.

Agradeço toda a liberdade, toda a responsabilidade e confiança que depositam em mim. Agradeço, agradeço e não esqueço.

Num mundo onde parece haver vidas perfeitas, ciclos fechados do que esperam de nós, num mundo pronto a ditar padrões e planos, estereótipos e rótulos, aceitarem-me como sou e amarem-me por isso é a minha maior sorte.

Aos meus pais: OBRIGADO.

Nita

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Amor próprio cura muitos males



As pessoas magoam-te.
As pessoas magoam-te uma vez.
A primeira é um embate forte. Custa que se farta.

Tu choras, esperneias, ficas triste, tentas explicar o que sentes e o que não entendem. Ou não querem entender.

As pessoas pedem desculpa. Por pedir. Tu enches-te de força e manténs o sentimento. Perdoas mas não esqueces.

Depois cicatrizas e vais percebendo melhor toda a história, ainda com alguma mágoa por digerir.

Depois o tempo vai passando, coisas boas vão chegando.

Tu ficas mais firme, mais forte e respiras fundo.

Ainda não esqueceste mas já começas a normalidade com essa pessoa.

Depois do nada, voltam-te a magoar exactamente pelos mesmos motivos que a primeira vez.

Pediram desculpa mas pouco perceberam, pouco quiseram perceber e o que parece é mesmo que se estão a lixar se isso te magoa ou não, se ficas ou não triste e quais as tuas razões.

Uma. Duas. Três.

Tu ferves, respiras fundo, lembras-te do papel de trouxa e de como perdeste tempo a tentar explicar, a tentar falar, a tentar com que percebessem. Em vão.

Sabes que amor próprio acima de tudo, não te podes reduzir nem abandonar, não podes habituar-te ao que faz mal e não toleras carregar mais pesos, mais culpas, nem mais mágoas. Não é pelos outros, é mesmo por ti. E nesse dia, voltam-te a magoar, tu já nem dizes nada, já nem tens paciência para tentar explicar, já não tens tempo para esclarecer mais uma vez, não te fazes de burra mas também não acartas a dor. Deixas passar, aprendes com o que podes contar.

Já não vale a pena dor de cabeça e no coração. Não vale mais o teu sacrifício. E por isso deixas para lá.
Indiferença é a melhor resposta.

Nita

quinta-feira, 7 de abril de 2016

12 coisas que tenho aprendido

Há dois anos escrevi isto e não é que continuo a aprender? 


As 12 coisas que tenho aprendido intensamente nos últimos três meses:
1. -Nunca estamos verdadeiramente preparados para perder alguém, ainda que já o tenhamos pensado mil vezes. E o sentimento de ficar muito por fazer ou dizer é imenso e ainda assim nunca aprendemos.
2. -Que tudo muda. Muito mais rápido que imaginamos. 
3. -Que os amigos que achávamos ser para toda a vida às vezes não o são. 
4. -Que os ambientes de trabalho estão doentes. Doentes porque cada vez as pessoas têm mais medo do futuro, têm mais preocupações, dormem pior, irritam-se mais e ficam impacientes.
5. -Que essa impaciência está a ter consequências desastrosas e danos irreparáveis nas relações interpessoais. A mágoa e a dor aumentam, o vazio também e a sua dispersão vital idem idem.
6. -Que nem sempre é possível viver a fazer o que mais se gosta, e que é responsabilidade nossa aprender a gostar e a fazer o que nos compete e concede a estrutura que precisamos para sobreviver.
7. -Que as comparações ridículas que se fazem mentalmente, em estilo inveja, uns com os outros muitas vezes, estaca-nos e leva-nos toda a energia que deveria ser empreendida na nossa vida e nos nossos objectivos.
8. -Que os juízos de valor e as criticas são cada vez mais constantes. E os elogios sinceros e genuínos devem ter sido afundados por ai.Gente magoada magoa os outros 10 x mais que o normal.
9. -Que é urgente aprender a viver no presente, no agora. Pois se não o fizermos é muito mais fácil a nossa mente ficar doente. E consequentemente o nosso corpo.
10. -Que a partir dos 25 anos, as pessoas começam a economizar palavras e afectos. Ocupadas com a carreira e preocupadas com a mesma, esquecem.se dos sentimentos e do quão maravilhoso é dizer a alguém como gostamos dessa pessoa e o quão ela é importante. Sem medos. Sem problemas. Sem preconceitos. Sem dramas. Sem ter de ser-
11. -Que se torna imperativo ser-se organizado para o equilíbrio da vida pessoal e profissional e que um bom investimento será sempre em algo que nos ajude nesse equilíbrio, aprender e apostar nas tecnologias a nosso favor.
12. –Que temos de aproveitar melhor o tempo e auto-energizar-nos e motivarmo-nos para chegarmos a “tudo”, pelo menos a tudo o que nos faça verdadeiramente feliz. Sem desculpas. Sem amarras.


Nita 

domingo, 3 de abril de 2016

Mais uma queda, mais uma aventura


Sou dos que amo. Amo poucos, mas amo muito.

Sou dos meus. Dos meus verdadeiros. Daqueles que sei que posso contar e por muita desilusão que a vida nos traga, negar qualquer afecto e protegermo-nos do amor não faz com que sejamos poupados a nada, e ao invés disso, ficamos privados a bons momentos, bons sentimentos e boas pessoas.

A nossa vida são as pessoas que escolhemos para ter por perto, são as nossas relações, os nossos afectos que dão cor ao nosso horizonte.

Sozinhos não somos nada.

Tenho um património do mais rico que há no que toca aos afectos, ao amor e às relações. Sinto-me verdadeiramente abençoada pelas pessoas que tenho comigo. São eles a minha base, o meu motor, a minha força.

Nos últimos dias provei em prática tudo isto.

Há uma semana recebi uma das surpresas mais bonitas e que mais me aqueceram o coração, quando eu me virei, depois de ter metido o telemóvel à carga, uma das minhas melhores amigas estava no meu quarto. A Sara. A Sara que vive em Tenerife, a Sara que me percebe como ninguém, a Sara que eu tinha tantas saudades (ainda mais naquele dia), a Sara que me mostrou que o longe vira perto num instante basta querermos.

Passamos um fim-de-semana de partilhas, de sonhos por realizar em breve, com lanches ao Sol, com muitos abraços e sorrisos.

Depois a semana começou. O trabalho, a normalidade e na quarta feira tivemos um concerto.

Fui eu, o Diogo, a minha querida sis e o Gonçalo. Tudo apostos, tudo feliz e ate que aparece um ferro não sei de onde, e a Nita dá mais uma queda das suas. Aleijei-me claro. Levantei-me meia coxa e prossegui. Não tinha as calças rasgadas, então pensei que seria só dorida. Sentei-me no MEO ARENA, coloquei as mãos no joelho e quando dou por mim era só sangue. A Ana ao meu lado fez a cara mais cómica e assustada de sempre e disse para irmos à casa de banho ver do joelho. Eu disse que não era preciso. Repeti mil vezes. Ana é ainda mais dos dela do que eu e quando algo nos acontece ela é leoa. Não havia como não ir ver o joelho. Claro que se ela não tivesse insistido com o meu bem-estar e preocupação e tudo eu não tinha ido a lado nenhum e teria acabado isto num 31.

Fomos então à casa de banho, quando vimos tínhamos uma ferida, uma data de sangue  e a Ana impávida. Limpamos, metemos água fria e eu estava pronta para me ir sentar novamente a ver o concerto. A Ana não desiste, não desiste mesmo e depois lá fomos ao paramédico que me diz que tenho de levar pontos. Pontos??? Ok. Mas onde? No hospital? Pensava eu.

Por favor, não. Não vou a lado nenhum.

Mas não, não era no hospital, era lá numa enfermaria com uma médica no Meo Arena. Fui excepcionalmente bem atendida, a Dra. deu os pontos, a Ana muito atenta a tudo e lá seguimos para eu me sentar e ver o concerto. Claro que sempre ajudada, sempre amparada se não eu rebolava por ali.

Depois, os meus amigos que souberam, logo prontos a ajudar, logo muito queridos, preocupados e atenciosos.

O concerto acabou fui para casa com a ajuda da Ana e do Diogo e lá descansei.

No outro dia tinha de fazer o penso, uma coisa muito simples e mais uma vez, vivo rodeada dos melhores do mundo e uma amiga que é médica, que tem um coração gigante, veio cá a casa mudar o penso, ver o joelho e claro isto já está quase bom. (acho eu, porque não paro quieta) e esta semana lá vamos tirar os pontos.

Na sexta-feira recebi para almoçar mais uns amigos meus, que assim que chegaram prontamente perguntaram pelo meu joelho e o quiseram ver. E como o meu querido mano João para tomar conta de alguém é do melhor que há, lá se aprontou com as suas dicas, conselhos e atenção com o meu joelho.

Depois claro, outros fizeram o mesmo e eu bastava chamar qualquer um deles que sabia que largavam tudo e vinham.

Isto não tem preço. Isto não é descritível. Isto é simplesmente a melhor coisa da vida.

Conclusão, sem as pessoas não somos nada. Sem as minhas pessoas eu nada sou. Sem o amor e amizade deles, sem a sua luz na minha vida, sem a sua presença isto não teria a mínima graça.

Valorizem as vossas pessoas, o vosso núcleo, os resistentes que ficam antes e depois, que estão, que chegam e que não saem quando lhes convém.

Obrigada meus amores,

Nita

p.s. estou óptima, não é preciso ligarem aos meus pais, avós, ou amigos preocupados. Agradeço muito a preocupação mas não vamos dramatizar.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Amar não é jogar

Quando alguém entra na tua vida e depois vai embora por opção, é tudo menos amor.


Essa conversa cíclica de que se precisa de tempo para pensar no amor, quando o amor apenas se sente, é conversa da treta.

Essa resposta “talvez” é a pior das prisões. Nem te larga, nem te agarra. Nem te ama, nem te deixa amar.

Ficas presa em ilusões e expectativas como se pudesses colocar a vida em stand by e o tempo numa cápsula.

Quem inventa desculpas para o amor, está não só a reduzi-lo como que a atraiçoar o coração. Ama-se e pronto. Ama-se com defeitos e com qualidades, com dias maravilhosos e dias menos encantadores.

Nem sempre resulta é verdade, nem sempre se sente igual, nem sempre se consegue perdoar. Agora o “talvez” o “dar um tempo” são desculpas. E o que se faz com as desculpas? O que é suposto fazer com as desculpas? Quando elas são umas atrás das outras? O que é suposto fazer com as pessoas que dizem amar, mas que todos os dias mostram o contrário e dão desculpas nesse sentido?

Ficamos ali a acumular desculpas e a esvaziar amor? A perdoar e a sentir dor?

Se ficamos não devemos. Há pessoas que adoram possuir o nosso amor e fazer dele o que bem lhes apetecer. É um take away. Vai-se buscar quando se precisa e segue-se a sua vida, depois quando sente falta vai novamente buscar.

Isto é jogo, não é amor.

Que maneira terrível de nos relacionarmos. “Hoje gosto, amanhã não gosto, depois não sei, depois logo se vê. Daqui a um mês volto, e volto a pedir desculpa e volto a conseguir o que quero. Ah porque ela espera, ah porque ela está lá. “

Ah, está? A ver vamos até quando!

Nita

 

terça-feira, 29 de março de 2016

A vida que só tem ida


“-Sabes, o mundo anda caótico!”

Sussurrei-te isso ao teu ouvido enquanto pensava que também era do caos que nasciam as estrelas. Tiraste os óculos e picaste os olhos. Deste-me a mão e não disseste mais nada. 

Fez-se silêncio.

Sentia a tua respiração, o teu medo nos lábios contraídos, o teu cansaço no teu rosto, o teu receio nos teus olhos brilhantes.

Fiquei ali, a olhar para ti e a imaginar o que sentias com a minha afirmação, tu sabes bem que sou ligada a psicologia, a poesia, a alegria, a ler olhos e almas, a sentir tudo com muita intensidade e a querer carregar o peso do mundo e da mudança do mesmo nas minhas costas. Dizes que sou tão ingénua e eu cada dia acredito mais nisso. 

Ultimamente, todos os dias acontece algo que não esperava, alguma revelação que nem sonhava e olha eu, aquele menina-mulher, que se achava capaz de ler olhos e almas, falhou. Se conseguir ler-me a mim já é uma sorte. 

Afinal o mundo consegue sempre surpreender-me e ultimamente não tem sido pelos melhores motivos. Mas são revelações, são pontas de fios cheios de nós, cheios de este espirito caótico que parece atravessar o mundo e baralhar-nos a todos, tal como um novelo de lã. 

Nunca precisamos tanto, de tanta coragem para ser feliz e ao mesmo tempo, nunca nos foi tão fácil perceber que coragem e felicidade andam de mãos juntas e juntam-se a nós quando esticamos as mãos. E tenho mesmo esticado e sabes por onde começo? Pelo perdão, pela gratidão e pelos detalhes. 

Nunca os detalhes foram tão importantes, nunca vi tanta felicidade na simplicidade, e nunca vi também tanto perigo em pontas soltas, casos mal resolvidos, coisas não faladas e palavras entaladas. 

Juro-te, nunca vi, nem nunca senti o que isso pode ser destruidor. Que temos que saber ler olhos e corações - eu sei que é importante - mas não conseguimos na frivolidade da vida, andar a brincar ao adivinha numa de bruxos emocionais a tentar esfumar e encontrar o que vai dentro das pessoas. Acredita não é algo nada prazeroso. 

E é por isso que sei que somos espelho, que tudo parte do nosso interior e da relação que temos connosco mesmos, o resto será reflexo. E que reflexo contruímos? Projectamos? Acredito na expressão das emoções, nos desabafos, nos stops e no diálogo. Não no ataque, mas sabes também o que tenho aprendido? Atacar é tão fácil, colocar-nos no lugar dos outros é tão difícil.

E é muito por isso que o mundo está caótico, pois nunca tivemos tantos meios para nos ligarmos, e tão poucas as vezes o conseguimos fazer realmente nos últimos tempos.

Mas estamos sempre a tempo, 

estamos sempre aptos para recomeçar, 

basta querer, agir e fazer, 

basta levantar, seguir e encorajar,

sabes? A vida passa demasiado a voar.

E é por isso que coisas mal resolvidas são pedras no sapato, são dias perdidos em volta disso, são portas e janelas trancadas sem vislumbres da luz do sol. Da luz da vida. 

A vida. A vida que só tem ida.

Nita

sábado, 26 de março de 2016

Para ser feliz

Para ser feliz tens de um dia parar,

Sim, parar. Renascer.
Tens de parar de lamentar.
Tens de descansar,
A mente equilibrar e em nada pensar.

Tens de recomeçar,
Não importa onde falhaste, mas sim o que aprendeste,
Não importa quem falhou, mas sim o que te ensinou.
Não importa quem te deixou, mas sim quem quis ficar.

Para seres feliz,
Tens de abraçar,
com os braços, com a alma,
Com força e com calma,
Tens de te levantar e lutar,
Por aquilo que queres fazer da tua vida,
Por aquilo que precisas de mudar,
Para o teu eu energizar,
Evoluir, acrescentar e melhorar.

Para ser feliz tens de ignorar certos comentários,
Tens de parar com as comparações que muitas vezes são calvários,

Para ser feliz
Tens de amar as tuas pessoas,
Tens de amar cada dia da tua vida
Mesmo que ele não corra muito bem,
Mesmo que ele te tenha trazido sofrimento,
Mesmo que estejas a passar um mau momento,
Tens de amar qualquer coisa, tens de elevar esse amor,
Essencialmente por ti para fazeres frente à dor.
Tens de te renovar nos sonhos e nas esperanças,
Com confetis de cor e sem cobranças

Para ser feliz as pequenas coisas farão diferença,
Não subestimes o valor da tua presença,
Não menosprezes essa sentença,

Para ser feliz convém viveres um dia de cada vez,
Com compromisso e honradez.
Quebrares vazios e rotinas,
Sentires mais e melhor,
Abasteceres-te do tal amor.

Para ser feliz tens de optar por isso,
Tens de escolher o modo como vives,
O modo como ages, o modo como pensas.
Não podes, nem deves desistir.
A felicidade é proporcional à tua dedicação,
ao tentar sorrir de alma e de coração,

Respira fundo, resfolga, reprincipia e recomeça…
Renasce, ressurge, refaz-te,
que no fim é isso que interessa.

Coragem,
Nita

Pessoas com mau feitio são mais verdadeiras?


Desconfio das pessoas que concordam com tudo, que tanto lhes dá como se lhes deu. Que respondem: “pois”, “talvez”, “logo se vê”. Pessoas que nem sofrem muito, nem arriscam muito nem erguem o que acreditam.

Pessoas que nunca discutiram uma ideia, que não se chateiam por vezes, que não dizem desculpa, nem algo menos correcto.

Além de desconfiança tenho um certo receio. Prefiro sempre aqueles que mesmo carregados de defeitos se mostram como são.

Tenho cá para mim que as pessoas com mau feitio são mais verdadeiras. Aquelas que mesmo discordando não têm medo de dizerem o que pensam, o que querem, o que admitem e o que não admitem, ainda que isso cause pequenas guerras.

Pessoas que não guardam as coisas atravessadas e do nada mudam sem ninguém perceber o que se passa, pensando que todos em redor têm de adivinhar o que se passa.

Pessoas com mau feitio não são fáceis, mas não entram em mentirinhas, em jogos nem são insonsas perante assuntos sérios ou menos sérios.

Não são fáceis de lidar, por vezes disparam com alguma arrogância quando estão magoadas, mas aqueles que as conseguem aguentar terão direito a um bónus extra de amor e de confiança.

Têm o seu estilo, a sua própria identidade e não são “marias vai com as outras”.

Elas não estão aqui para agradar, estão aqui para viver!

Nita