Sou dos que amo. Amo poucos,
mas amo muito.
Sou dos meus. Dos meus
verdadeiros. Daqueles que sei que posso contar e por muita desilusão que a vida
nos traga, negar qualquer afecto e protegermo-nos do amor não faz com que
sejamos poupados a nada, e ao invés disso, ficamos privados a bons momentos,
bons sentimentos e boas pessoas.
A nossa vida são as pessoas
que escolhemos para ter por perto, são as nossas relações, os nossos afectos que
dão cor ao nosso horizonte.
Sozinhos não somos nada.
Tenho um património do mais
rico que há no que toca aos afectos, ao amor e às relações. Sinto-me
verdadeiramente abençoada pelas pessoas que tenho comigo. São eles a minha
base, o meu motor, a minha força.
Nos últimos dias provei em
prática tudo isto.
Há uma semana recebi uma das
surpresas mais bonitas e que mais me aqueceram o coração, quando eu me virei,
depois de ter metido o telemóvel à carga, uma das minhas melhores amigas estava
no meu quarto. A Sara. A Sara que vive em Tenerife, a Sara que me percebe como
ninguém, a Sara que eu tinha tantas saudades (ainda mais naquele dia), a Sara
que me mostrou que o longe vira perto num instante basta querermos.
Passamos um fim-de-semana de
partilhas, de sonhos por realizar em breve, com lanches ao Sol, com muitos
abraços e sorrisos.
Depois a semana começou. O
trabalho, a normalidade e na quarta feira tivemos um concerto.
Fui eu, o Diogo, a minha
querida sis e o Gonçalo. Tudo apostos, tudo feliz e ate que aparece um ferro não
sei de onde, e a Nita dá mais uma queda das suas. Aleijei-me claro. Levantei-me
meia coxa e prossegui. Não tinha as calças rasgadas, então pensei que seria só
dorida. Sentei-me no MEO ARENA, coloquei as mãos no joelho e quando dou por mim
era só sangue. A Ana ao meu lado fez a cara mais cómica e assustada de sempre e
disse para irmos à casa de banho ver do joelho. Eu disse que não era preciso.
Repeti mil vezes. Ana é ainda mais dos dela do que eu e quando algo nos
acontece ela é leoa. Não havia como não ir ver o joelho. Claro que se ela não tivesse
insistido com o meu bem-estar e preocupação e tudo eu não tinha ido a lado
nenhum e teria acabado isto num 31.
Fomos então à casa de banho, quando
vimos tínhamos uma ferida, uma data de sangue
e a Ana impávida. Limpamos, metemos água fria e eu estava pronta para me
ir sentar novamente a ver o concerto. A Ana não desiste, não desiste mesmo e
depois lá fomos ao paramédico que me diz que tenho de levar pontos. Pontos???
Ok. Mas onde? No hospital? Pensava eu.
Por favor, não. Não vou a lado
nenhum.
Mas não, não era no hospital,
era lá numa enfermaria com uma médica no Meo Arena. Fui excepcionalmente bem
atendida, a Dra. deu os pontos, a Ana muito atenta a tudo e lá seguimos para eu
me sentar e ver o concerto. Claro que sempre ajudada, sempre amparada se não eu
rebolava por ali.
Depois, os meus amigos que
souberam, logo prontos a ajudar, logo muito queridos, preocupados e atenciosos.
O concerto acabou fui para
casa com a ajuda da Ana e do Diogo e lá descansei.
No outro dia tinha de fazer o
penso, uma coisa muito simples e mais uma vez, vivo rodeada dos melhores do
mundo e uma amiga que é médica, que tem um coração gigante, veio cá a casa
mudar o penso, ver o joelho e claro isto já está quase bom. (acho eu, porque não
paro quieta) e esta semana lá vamos tirar os pontos.
Na sexta-feira recebi para almoçar
mais uns amigos meus, que assim que chegaram prontamente perguntaram pelo meu
joelho e o quiseram ver. E como o meu querido mano João para tomar conta de alguém
é do melhor que há, lá se aprontou com as suas dicas, conselhos e atenção com o
meu joelho.
Depois claro, outros fizeram o
mesmo e eu bastava chamar qualquer um deles que sabia que largavam tudo e
vinham.
Isto não tem preço. Isto não é
descritível. Isto é simplesmente a melhor coisa da vida.
Conclusão, sem as pessoas não somos
nada. Sem as minhas pessoas eu nada sou. Sem o amor e amizade deles, sem a sua
luz na minha vida, sem a sua presença isto não teria a mínima graça.
Valorizem as vossas pessoas, o
vosso núcleo, os resistentes que ficam antes e depois, que estão, que chegam e
que não saem quando lhes convém.
Obrigada meus amores,
Nita
p.s. estou óptima, não é preciso ligarem aos meus pais, avós, ou amigos preocupados. Agradeço muito a preocupação mas não vamos dramatizar.
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