Nos últimos tempos assisti a uma nuvem negra sobre os
relacionamentos. As pessoas perderam a coragem de amar. Umas cansaram-se,
outras mudaram, outras ficaram a lutar sozinhas, outros foram traídos, outros
abandonados…
Acomodaram-se, deixaram de se valorizar, desrespeitaram o
outro e achavam que ficava na mesma tudo bem.
Grande erro!
O amor não é de ferro, não se pode acreditar que se faz com
ele o que se quer e depois o amor prevaleça e continue firme e forte.
O amor não dá desculpas, não entra em jogos, não atira constantemente
coisas à cara, não pede tempo repetidamente.
Aqueles que dizem “ah tenho de pensar”, eu acho que têm mais
é de sentir. O amor não se pensa, sente-se e vive-se.
O amor não é uma lógica, uma regra, não é indiferença, é um
sentimento que merece respeito.
O amor também se cansa quando fica ao abandono, quando em
cima dele depositam tudo o que é frustrações. Por muito que uma pessoa ame a
outra, por muita entrega que dê, se não há mínimos e reconhecimentos significa
simplesmente que não há amor.
Amor não se mendiga, não se implora, não se pede. Não se
pede algo que se tem de dar de boa vontade.
O amor flui, é sincero, quer estar perto sem desculpas, dá um
jeito sempre para os reencontros. Move-se montanhas, acrescenta, cresce. Não
vale a pena forçarmos algo que não é para ser.
Um amigo meu diz sempre “o que um não quer, dois não fazem”.
Como ele tem razão.
Tudo o que é sobre pressão um dia torna-se em explosão.
Não se pressiona o amor. Pressionar alguém a estar connosco
é burrice, é mágoa ilusionista. É destrutivo. Podemos e devemos dar motivos
para ficar, mas quando chega ao fim, quando se luta demais, quando só um ama, o
fim é iminente.
Mesmo que doa muito, mesmo que custe demais, mais vale vir a
dor toda de uma vez, do que andar a vida a sofrer, a contar migalhas, a
enganar-se, a falsificar o amor, e as esperanças dos outros.
E sabes o pior? É que quando amas o outro demais, amas-te a
ti de menos. E isso é tão perigoso!
Nita
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