segunda-feira, 26 de outubro de 2015

E às vezes é preciso arrumar a vida.

Quem me conhece e acompanha o meu dia-a-dia agitado sabe a importância que arrumação tem na minha vida! O lema é casa arrumada, vida organizada! Só assim conseguimos manter o equilíbrio nas nossas vidas. 
Arrumar a casa, a mala, as gavetas é muito importante, mas arrumar a nossa cabeça também. 
Hoje deixo-vos uma série de sugestões de como arrumar a vida, a mente e o nosso espaço. 
Em jeito de brincadeira conseguimos juntar e ARRUMAR os dois mundos.

E às vezes é preciso arrumar a vida. Soltar um sorriso. Organizar o espaço. Limpar a alma. 
Arejar a cabeça.
E às vezes é preciso mandar tralha fora e hospedar felicidade e sentir liberdade.
Comecemos então pelas gavetas, na minha modesta opinião, é o que custa mais arrumar, é recordação atrás de recordação. Algumas coisas que nem servem mais, mas ali ganham pó, enchem espaço, pesam demais e nós vamos enchendo e enchendo, por vezes até as corrediças caem e cedem de tanto peso e empurrão que vão ganhando. Até que um dia não dá mais para esconder a bagunça nem da gaveta nem do ser, nem do mundo, nem do viver. E é preciso seleccionar, o que valeu a pena e faz parte de nós, e aquilo que já não serve. Já não se ajusta, está grande demais, ou fica bem apertado e aperta-nos assim a alma e o coração.
Agora que somos maiores, temos de doar isso para os outros. 
Deitar fora, ou entregar mesmo a quem nos deu. Alguns rancores que deixamos acumulados e agora já nem parte podem fazer da nossa vida. Nós queremos agora paz e leveza, que nada nos prenda sem certeza.
Precisamos de espaço, então rasgamos o que nos fez mal, colocamos no lixo os aparas lápis da gaveta da escrivaninha. Já não dá para escrever grandes histórias com eles. Agora não precisamos mais de rascunhos feitos a lápis, agora é tudo a caneta, bem legível e impresso. A vida não nos dá borracha, só corrector. Às vezes.
Agora o armário.
Todos aqueles casacos e capas que fomos tendo numa tentativa de nos protegermos do mundo, e que estão a ocupar espaço nesses cabides do varão das emoções, também já não são precisos. 
Os cabides podem ficar, é sempre bom termos onde pendurar, mas agora não queremos mais capas pretas, pastosas e encorpadas. Nós queremos ver a vida como ela é, queremos ser como somos, e chegou a altura de sermos isso. Nós. Apenas nós, sem muitos casacos que nos apertam, sem muitas capas que nos ocultam demais. Não somos perfeitos. Mas também já não temos receio de nos mostrar ao mundo como somos. Gostem ou não. Só interessa o que faz falta, o que não faz falta, também nem falta faz.
Agora a cozinha.
Todos aqueles tachos já gastos que já não cozem amores, todas aquelas frigideiras que eram antiaderentes e agora aderem toda a gordura da vida, peganhentas que dão um trabalhão a limpar. Estas também vamos deitar para o lixo. Já não dá mais para viver com meios cozinhados, fritos pegados ou sujidade na cabeça que já nem aceita esfregão. Lixo, é a melhor opção.
O resto da casa é mais fácil, limpa-se o pó da dor para esta ser aprendizado, sacode-se os tapetes de toda essa poeira que a areia da vida nos dá: desilusões, dissabores, rancores, ansiedades e falsidades. Depois sacudir também as carpetes e prestar atenção às nódoas, pensar sobre elas. Às vezes nódoas significam que houve festa, são amuletos da felicidade, portanto se elas não saírem não nos preocupemos. Tenhamos mais atenção se as pegadas que lá estão, são de quem importa, pois só isso é que interessa.
Depois de sacudir tudo, vamos ver se as lâmpadas da nossa casa vital estão fundidas ou se estão todas a funcionar como deve ser. São os sonhos, as lâmpadas da vida, convém tê-las a funcionar para nos iluminar e dar essa luz aquelas noites escuras. Só as lâmpadas dos sonhos e das paixões o conseguem fazer.
Ah.. e os cortinados? Estão pendentes caídos, japonesas tortas que só deixam ver metade da luz da vida? E essas janelas? Bem desenferrujadas? A abrir facilmente para a alegria entrar e bom ar se respirar? E os estores correm bem para cima e cheios de confiança ou é preciso muita força e gasto de energia?
Isto de passar do arrumar, para o inspeccionar dá um trabalhão e exige reflexão. Mas nós só queremos agora mais espaço, mais luz, mais conforto para hospedar a nossa vida, o nosso novo ser. Poder olhar pela janela com olhos de poesia, perceber o encanto e a magia que a vida nos confere com cada sol e novo dia.
Ou seja, preparar a casa, para liberar espaço para a felicidade, aconchegá-la bem, mimá-la sem desdém! Encher os vasos com flores e amores, acender as velas, colocar as toalhas com cor bordadas a esperança, e paciência. Pratos de coragem e persistência. Copos transparentes sem sujidade do mundo. Talheres bonitos para dourar o cenário. Guardanapos ilustrados capazes de limpar as amarguras e as angústias.
No fim, contemplar tudo e sorrir, dar as boas vindas ao que está para vir, e nessa mesa bonita, bem decorada e reanimada, janta com a felicidade para comemorar o arrumar, o renovar da tua casa. Da tua vida.

Podem ver  sugestões de arrumações felizes no meu pinterest!
Inspirem-se!

Nita







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