sábado, 24 de outubro de 2015

O ego pode ser o nosso maior inimigo

Foto retirada da net 


Nós, os rapazes, temos uma mania um bocado estranha de gostar de miúdas com maus
feitios, as difíceis.
Claro que quando vamos sair reparamos nas mais seguras, nas curvas, no olhar e no sorriso. Olhamos uns para os outros e às vezes dizemos alto demais “eh puto, olha-me aquilo!”
Nunca falamos muito de amor, falamos mais de sexo e de desejo. Aquele que se parece demasiado apaixonado por uma miúda difícil recebe logo como troca dos miúdos, um palavrão.
Somos esquisitos, sabem?
O ego pode ser o nosso maior inimigo.
Ao início a luta constante dá-nos pica, mas isso não nos aquece nas noites de Inverno. No Verão entre jogos e ruas, isso é diferente.
Porque nem sempre são essas cheias de curvas, seguranças e desapegos aquelas que nos fazem felizes.
As que gostam mesmo de nós são chatas. Às vezes pirosas e outras vezes lamechas. São carregadas de feminismo e de tudo o que isso implica. São intensas, seguras no que sentem, apaixonadas por nós. Ciumentas, claro. Querem-nos a todo o tempo para elas, como se o amor se fosse esgotar no minuto a seguir.
Às vezes sufocam-nos e respondemos menos bem.
Outras vezes, assustam-nos.
Têm medos e manias.
Mas são loucas por nós. Quando se apaixonam fazem planos, fazem tudo para que estejamos bem e dão um toque romântico a tudo o que fazem.
Viram um mundo, defendem-nos, ampliam as nossas qualidades, escondem os nossos defeitos.
São aquelas que sorriem quando chegamos cansados, que suportam o insuportável, aquelas que preparam o pequeno-almoço despenteadas mas a sorrir, aquela que conhece os teus segredos e os teus medos, aquela que canta a vossa música como se tivesse num festival, aquela que procura e te dedica letras com conteúdo, aquelas que nos mostram ao mundo e nos dão na cabeça por causa da Playstation, aquelas que se preocupam quando estás doente e vão a voar ter contigo. Nunca vão perceber os nossos vícios, nem algumas das teorias dos nossos amigos.
Mas a verdade é que gostam de nós. A verdade é que somos muito mais frágeis do que aparentamos e para lá do nosso ego está a necessidade de sermos amados para sermos mais completos.
Nem todos admitem, se calhar porque nunca encontraram uma miúda louca de amor por eles.
Depois de tantos tombos, depois das maiores desilusões com miúdas donas de si e do mundo, depois de copos, engates e jogos, encontrei aquela que me fez perceber porque tudo teve que ser como foi, e que uma miúda chata e intensa é aquela que verdadeiramente gosta de nós.
Se te apaixonares por aquelas lindas de morrer que todos olham, mas que nada se preocupam contigo, que fazem jogos de desprezo, que tanto se lhe dá como se lhe deu, vão fazer de ti o homem que pode chorar, mesmo que nunca o tenhas feito.
E como diz a minha avó, mais vale ter uma mulher que gosta de nós do que uma colecção de biscates, e tudo o que precisamos de fazer é aprender a amar aquelas que podem fazer o nosso coração bater.
Antes que a percamos.
Antes que nos arrependamos de a termos perdido.
Sim porque elas também sabem fechar a porta e mais ainda, nunca mais quererem saber o caminho de volta. E sabes? Elas vão ser felizes mais tarde ou mais cedo com alguém que as valorize e não tenha medo de ter uma miúda chata ao lado, mas acima de tudo, que o ame!
 
 
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Nita

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