Já não sou mais a mesma
Pedes-me desculpa. Sinto esse arrependimento por momentos
no teu olhar, mas depois dissipa-se como se nada fosse, como não tivesses a nítida
sensação do quão magoas e a falta de noção do que dizes e fazes é simplesmente
brutal.
Eu respeito as tuas desculpas, mas diz-me onde as aplico?
O que me acrescentam? Como é que eu acredito nelas uma vez que volta não volta
se repetem?
Desculpas não são promessas.
Promessas não são garantias.
É difícil seguir, é difícil ficar.
Tu dizes que me ajudas, que segues comigo. Mas como se
segue ao lado do causador da nossa dor?
Não segue.
E tenho algo para te dizer. Já não sou a mesma.
O tempo transformou-me.
Ele é escasso e as minhas prioridades esperam-me.
Não tem a ver contigo. Não és tu. Sou eu.
Eu mudei.
Houve algo em mim que se cansou e não acompanhou.
Mudei.
Quando dei por mim, houve algum fio que fundiu e não mais
ligou.
Aprendi a cobrar menos das pessoas.
Aprendi que ignorar os factos não os altera.
Aprendi que coisas demasiado consertadas nunca chegam a
novas e que há marcas que ficam.
Que as pessoas não mudam porque queremos, mas sim quando
elas querem.
Aprendi que atitude não se compra, nem se vende, nem tem
preço.
Aprendi a dar-lhes liberdade e espaço… querem ir? Vão. Mas
depois se não me encontrarem eu também fiz o mesmo.
Fui.
Fui ser ainda mais feliz.
Nita
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