quarta-feira, 16 de março de 2016

A exaustão


Quando me perguntam se tenho medos, além dos normais, eu respondo prontamente que tenho medo da exaustão. É um medo muito pessoal porque é um medo que eu conheço.

Dei por mim a ficar mais de 14 horas no escritório, a trabalhar aos fins-de-semana enquanto os meus amigos esperavam que eu conseguisse lanchar com eles, dei por mim a estar muito e a render pouco. Porque há sempre algo urgente, o outro que precisa, os miúdos que é preciso mandar estudar, as reuniões, os planos e tudo o mais.

A exaustão suga-nos, coloca-nos um véu entorpecido, faz com que sejamos mais dramáticos, sinta-mos mais as coisas e disparemos com mais facilidade.

Quando damos por nós em vez de um problema, temos um rol de problemas.

Andamos por aqui a vaguear, a reclamar, a refilar e nada parece chegar.

Um queixa-se de uma coisa, outro de outra, mais as noticias do mundo que vai de mal a pior e quando damos conta, o dia passa, a semana passa, e a promessa de ser feliz vai ficando suspensa. Ora porque esperamos que algo se resolva, ora porque naquele dia recebemos alguma noticia menos boa, ora porque ocorreu um inesperado que nos levou mais energia e nós nem estávamos para aí virados.

Dei por mim neste estado, juntando dores aqui e ali e hoje a meio da manhã resolvi começar de novo.

Fui tomar um duche novamente, vestir outra roupa, ter outra atitude, arrumar o escritório e começar por uma ponta.

Sabem quando temos tanto para fazer e bloqueamos? E já nem rendemos? E nem sabemos por onde começar? Pois bem, era assim que estava.

Depois então desta minha percepção lá “comecei” de novo. Comecei por dar um miminho a quem trabalha comigo, tomar decisões que adio, escrever mensagens de bom dia a quem e adoro, beber muita água, tomar grandes doses de foco e consciência e o Universo conspirou então a meu favor. Um dia super produtivo, um almoço surpresa que apareceu cá o João, muitos abraços e paciência quando o Diogo chegou e sim, finalmente posso ser eu. Eu, a minha versão que quero e tantas vezes me perco pela exaustão, pelo cansaço e pelo negativismo que nos invade. Ser feliz dá trabalho, mas por favor não abdiquem daquilo que merecem, querem e acreditam.

Boa noite,

Nita

 

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