Saia do Dubai para Londres, de
Londres para Lisboa, de Lisboa para Luanda, saltava o mundo todos os meses.
Queria viver tudo ao máximo, aproveitar, trabalhar, matar saudades dos amigos,
corrijo, dos meus melhores amigos.
Tinha uma agenda cheia e uma
responsabilidade maior para não falhar.
Aceitei entrevistas e
palestras. Aceitei mais trabalho. Aceitei pedidos de ajuda.
Queria o mundo, vivia com
tanta intensidade que não conseguia estar, era sempre tempo de partir e a outro
lado chegar.
Fui feliz. Fui tremendamente
feliz. Tive grandes picos emocionais, sofri bastante e tive dos melhores
momentos de sempre. Aprendizagens também, desilusões e alegrias foram abundantes.
Senti a vida a vibrar, e
senti-me viva de passaporte na mão sozinha a viajar para vários locais.
Desafiei-me. Encarei os meus
medos.
Mesmo quando me lembravam da “saúde”
e que estava a abusar, eu não parava. Efervescia em mim uma enorme vontade de
viver. Senti tudo o que vivi, senti-me a fechar um ciclo, a começar outro.
Antes, era eu e o mundo.
Agora mudou como tanta coisa
muda naturalmente: sou eu e os meus.
Também devido a várias
circunstâncias, das mais variadas áreas já não me interessa tanto descobrir o
mundo sem parar um segundo, já não me interessa ter uma agenda carregada e as
malas sempre feitas, agora o meu foco tem sido desfrutar. Conseguir estar.
Conseguir estar para as pessoas que amo, sem pressas, sem rodopios, sem relógios.
Conseguir jantar com elas com tempo, ou almoçar com tempo. TEMPO. Aquilo que de
mais precioso tenho.
Conseguir atender às coisas
simples, ao facto de me sentir tao feliz simplesmente por estar com quem gosto
e sentir-me tão abençoada por terem saúde.
E eis que vejo lá ao longe o equilíbrio,
esta minha paz que joga com a motivação a meu favor, em que dou conta de cada
segundo que abraço as minhas pessoas, que partilhamos tudo e nada, que
brindamos à vida.
Continuo a trabalhar muito,
com o máximo de foco para o tempo rentabilizar, já não me interessa o que
dizem, o que o outro fez ou não fez, o que falam, o que comentam ou esperam, eu
espero muito é de mim mesma.
Tenho reencontrado amigos,
tenho bebido da sua boa energia e sem ser os primeiros dias de Janeiro não mais
me chateei, aceitei e passei a ser muito mais incondicional no que dou, no que
sou e no que amo.
Tem sido tão bom!
É um filtro que o coração nos
dá, ficamos cansados de andar sempre no meio de filmes e rodopios, a tentar chegar
a tudo sem chegar a nada, a ver a vida a passar tão depressa e nós tão
assustados.
A Nita que ama, a Nita que
cuida, a Nita que está, a Nita que recebe e abraça, poucos mas sem duvida, os
melhores do mundo, é igualmente uma Nita muito feliz!
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