A vida muda-nos
Muda-nos a forma de ser, tornamo-nos menos ingénuos, faz com
que nos protejamos mais e no tilintar dos dias acabemos por perder
alguma magia do mundo cor-de-rosa. Nem tudo serão rosas e ilusões.
A vida muda-nos quando nos desiludem, quando nos atacam
pelas costas, quando nos mentem, quando nos traem, quando nos magoam propositadamente,
quando esperam (em forma de exigência) aquilo que não conseguiremos dar, aquilo
que não conseguimos ser. A vida muda quando os problemas se instalam em grande
dimensão e tu percebes que só tu os consegues resolver, e que ao teu lado,
algumas pessoas te vão falhar e tu vais aprender que nem sempre podes contar
com elas.
A vida muda-nos quando ferem aqueles que amamos e por muito
que os tentemos proteger, será inglório, pelo simples facto da vida ser assim:
faz-nos tremer e cair, para depois com mais força nos ajudar a levantar e a
seguir. É um ciclo. Faz parte e todos sabemos isso.
A vida muda num dia qualquer sem aviso prévio. A vida muda
sem darmos conta disso.
A vida muda-nos quando sentimos o abraço forte, quando
celebramos, quando nos unimos, quando certos olhares se cruzam, quando nos dão
a mão e nos ajudam a levantar, quando o Sol nasce depois da tempestade.
A vida muda-nos quando viajamos, quando aprendemos, quando
ganhamos e quando perdemos, quando passamos a ser mais leais ao que queremos
para nós. O mau feitio (não é o ser mal educado) como muitos apelidam, passa a
ser amor próprio.
A vida muda-nos o foco, se há coisas que antes aguentámos,
hoje não temos mais paciência (nem saco) para o fazer.
A vida muda e nós mudamos com e por ela, é uma certeza, mas
já que o faz que seja sempre mudar para melhor, melhor para nós mesmos, melhor
para aquilo que nos faz verdadeiramente feliz. E para isso é preciso mudar,
mudar a maneira como vemos o dom que é a vida, usando tudo como aprendizado,
tudo a nosso favor. Ou pelo menos, o mais possível.
Nita
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