sexta-feira, 31 de julho de 2015

Ao trabalho

Quase todos os dias alguém me manda mensagem a pedir conselhos ou ajuda. Muitos deles referem-se à parte profissional.
Hoje escrevo para vós.
Nunca as empresas tiveram tantos desafios a atravessar, a instabilidade é grotesca, a pressão é imensa, os Cvs que nos chegam amontoam-se em cascatas de papeis, os problemas são diários, e depois há ainda os que têm trabalho mas estão tão desmotivados que simplesmente não conseguem ser uma mais valia, nem se potencializarem  a eles mesmos.
O mundo mudou, as empresas a recrutar querem ser certeiras e aqueles que estão na empresa têm (devem) vestir a camisola, sempre. Se é fácil? Nada. Se é exigente? Muito. Se há tarefas muito aborrecidas? Há, imensas. Se temos que fazer de todo um pouco? Também. Se nos queixarmos? Ficamos na mesma, também.
Cada um na empresa que trabalha, hoje em dia é imperativo que construa uma carreira ali dentro. Ou seja, tem de se superar a si mesmo, tem de aprender, não é pela empresa, é pela sua evolução, pela sua aprendizagem, pela sua repercussão. Aquilo que aprendemos fica connosco. Não precisamos de andar constantemente a mandar isto ou aquilo, se o foco for bons resultados em conjunto.
Quem vai trabalhar completamente desmotivado (e muitas vezes atrasado) não está sintonizado na frequência certa. Eu sei que há imensas razões que podem desmotivar, mas se têm trabalho, já têm uma grande motivação para terem uma atitude menos derrotista.
A falta de cumprimento com os resultados, as desculpas dos trabalhos inacabados, a cadeia de um desculpa-se com o outro e o outro e ninguém tenta fazer melhor, são coisas que mancham qualquer evolução pessoal.
O mundo avança freneticamente, se tiverem todos à sombra da bananeira sem aprender mais ou estar a par das tecnologias e apenas a pensar no fim do mês em receber o salário. vos garanto que isto não dá bons resultados.
Nunca foi tão importante a parte da personalidade, é por isso que a Google já não se baseia no QI, ou QE somente, mas no QX (uma espécie de testes de personalidade). Se isso é uma invasão da privacidade? Sim pode ser, mas volto a dizer, hoje mais do que conhecimentos, interessam valores, interessam modos de ser, modos de resolver, modos de crescer e claro o nível de coerência e responsabilidade. Não é por trabalharem para outrem que isso fica descartado, antes pelo contrário, são essas coisas que diferenciam os bons dos excepcionais.
Os excepcionais antecipam o problema, chegam mais cedo à empresa para planearem, entregam-se com energia e não viram costas aos problemas como se nada fosse com eles. É com eles, é.
Os excepcionais não culpam os outros constantemente, ou os reduzem, procuram evoluir e são leais ao que acreditam, ainda que estejam sempre prontos a outras maneiras de pensar ou trabalhar.
Concentram-se nos resultados, naquilo que ao fim do dia apresentam à empresa, o que eles fizeram de especial que os destaca? O que fizeram de diferente para serem melhores? Para se tornarem únicos e uma peça fundamental da empresa?
Trabalhar não é para preguiçosos. Se todas as manhãs procurarmos ser mais activos, mais eficientes e mais rentáveis, vai acabar por nos chegar níveis incríveis de motivação. Não é para agradar os outros, mas sim para explorarmos a nossa melhor versão, para sermos melhores profissionais e pessoas mais aptas, aprendendo uns com os outros.
Volto a dizer, já não bastam cvs (nem os mais criativos). Prefiro recrutar uma pessoa que saiba gerir melhor o stress, que arregace mangas e seja coerente no seu percurso (não é ao inicio ser top e depois desleixar-se e revelar-se), do que aqueles que aparentam saber muito mas depois não são nada versáteis e ainda têm é a mania que uma data de diplomas e cursos bastas-lhes para serem isto ou aquilo.
Ao trabalho,
Um abraço,
Nita
 
 
 

1 comentário:

  1. ... Mas o mal maior já vem de cima das chefias, é assim que funcionam vestem a bata e espalham os canudos por todos os bolsos, depois veem apreguar ao bom desempenho. Motivante, mesmo !

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