Há anos que este é o teu
poder, chegares à minha vida e virares tudo ao contrário. Entras pela janela,
sais pelo telhado, mudas a ordem das coisas e das pessoas, do que acredito e do
que me permito.
Parece que chegas sempre nas
alturas mais certas e mais erradas ao mesmo tempo, vens meio anjo, meio
demónio.
És sempre assim, esse paradoxo
que me intriga e me vicia, e esse medo que me pela e me asfixia.
Eu podia virar costas, podia
não responder, podia nem sequer ver, mas a verdade é que a vontade é a maior
das energias e tu sabes bem como me apanhar.
Não tenho um nome para isto,
mas sei ao que isto sabe, aqueles cocktails que nos metem tontos em minutos,
aqueles que nos trocam os sentidos, que são shots de adrenalina.
Às vezes mesmo vendo-te em
tantos rostos por ai, acho que é desta que desapareces da minha vida, mas
depois retornas, nunca percebi bem porquê ou para quê. Mas o certo é que voltas.
Houve dias em que pensei já
não gostar mais de ti, quando me perguntavam respondia orgulhosa (e caprichosa)
que aquela minha pancada apaixonada já tinha passado. (Na verdade eu continuava
a tremer por dentro sempre que tocavam no teu nome.)
Achei que assim era mais fácil
de sarar o coração, que o tempo ia resolver tudo e que se não te visse e se não
te tocasse seria ainda mais fácil esquecer-me do teu jeito tão diferente de
ser. Desse carisma, dessa vontade própria, dessa arrogância que envolvia e
atraia e me fazia sentir protegida.
Acho que foi por isso que me
apaixonei, és diferente de todos os que conheço e não tens vontade nenhuma de
mudar. És e gostas de ser, e na verdade eu também.
A única diferença é que me
habituei a tudo isto.
Contigo não há uma linha, não
há uma lógica nem um plano, há mergulhos e quedas livres e gritantes que me
fazem sentir viva. Despedaças-me, demoves-me, descompões-me e regeneras-me com
a tua assertividade... Não, não lamento
nada disto, antes ser louca por sentir, do que vazia por omitir...
Nita
Como eu entendo este sentir...
ResponderEliminarComo eu entendo este sentir...
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