Não sei como fazer frente a este mundo que começa a ser
decadente. (E olhem que eu sou optimista.) Mas talvez começasse a ser altura
das pessoas irem às origens e serem menos egoístas.
Alguns dos sentimentos mais autênticos, acabam por se
evaporar por aí, ou porque as pessoas não estão bem, ou porque invejam, ou
porque são indiferentes, ou porque têm sempre mil e uma desculpas, ou porque
estão ocupados, ou porque são mesmo egoístas e incapazes de se colocarem no
lugar dos outros.
A transparência dá agora lugar a algo mais turvo, a uma
sociedade mais suja, mais stressante e mais egoísta.
Nunca a velha máxima, "valoriza quem te valoriza,
porque o resto só te liga quando precisa", fez tanto sentido.
Não quero continuar a bater na tecla do egoísmo, não
quero dar mais importância ao que não tem, quero sim glorificar os verdadeiros:
os amores, os amigos e a família.
Aqueles que nos amam do jeito que somos, que em vez de
dizerem que têm saudades, dão um jeito para nos verem. Aqueles que conhecem o
nosso pior feitio, aos que recorremos tantas vezes.
Aqueles que se importam verdadeiramente connosco, que não
nos desprezam a fazer jogos a ver quem gasta mais fichas, aqueles que nos dão a
mão para levantar, que nos abraçam sem parar, que não cobram ao esperar.
Aqueles que mandam mensagens do nada só para saberem como
estamos, aqueles que percebem os nossos silêncios sem nos julgarem, aqueles que
nos dão colo e afectos e nos mostram nos pequenos gestos o quão gostas de nós.
Confiança é tudo, e confiar cegamente que estão connosco, ao nosso lado e que
gostam de nós como somos, é das sensações mais bonitas da vida.
Aqueles que nos amam em alturas difíceis, quando desabamos,
quando erramos, quando duvidamos.
Aqueles que nos dizem as verdades olhos nos olhos e
dividem problemas e multiplicam sorrisos.
Às mães e aos pais que nos deram a vida e nos ensinaram
tão mais do que aquilo que imaginamos, que nos amam com uma força incondicional
e um amor sem igual. Valorizem-nos se têm pais assim.
Aos irmãos e a restante família de sangue ou coração que
nos estende sempre a mão. Aos genuínos, porque essa característica nem sempre
vem no ADN.
Aos namorados que nos completam na mesa do bar e nas
noites de luar, quando rimos e quando choramos, quando estamos arranjadas e
quando estamos "avariadas". (Valorizem-nos!)
Aos amigos que nos acodem em todas as horas, que sentem
as nossas vitórias, que tiram os seus casacos para nos aquecer, o corpo e a
alma. Aos que sabem dividir, aos que sabem colocar-se no nosso lugar, aos que
olham com olhos de ver para o nosso caminho sem esfriar. (Valorizem-nos!)
A todos os que passaram o nosso trilho e ouviram o nosso
coração, leram as nossas histórias, deixaram uma palavra, demonstraram carinho.
A todos aqueles que se lembraram de nós quando precisavam e quando precisámos,
a todos aqueles que não nos largaram nem no bom, nem no mau.
A todos os que ficam porque querem, porque gostam, porque
sentem de livre vontade sem máscaras ou interesses. A esses boa viagem.
A todos os que não se esqueceram de nós, ou não nos colocaram
na prateleira quando não servimos mais.
A todos aqueles que escutaram as nossas histórias chatas
tantas quantas as vezes que precisámos desabafar.
A todos aqueles que realmente queriam ver-nos felizes e
fizeram por isso.
(Valorizem-nos!)
Valorizemo-nos então, agora sem demora, porque saudades e
arrependimentos podem não trazer nada de volta.
Nita
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